sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A "BRASILEIRA" DO CHIADO - LISBOA / PORTUGAL






A Brasileira do Chiado em Lisboa

A Brasileira do Chiado vendia o "genuíno café do Brasil". Produto muito pouco apreciado  ou até evitado pelas donas de casa naquela época. Adriano Telles, fundador da Brasileira do Chiado (em 19 de Novembro de 1905), vivera no Brasil e importava o café sem dificuldades, bem como outros produtos como a goiabada, a tapioca, pimentinhas, chá e farinha, e ainda uma grande selecção de vinhos e azeites. Em 1908 faz a remodelação do estabelecimento, criando então a cafetaria.


 


Com as liberdades de reunião e associação proclamadas pela instauração da República Portuguesa, em 5 de Outubro de 1910, a Brasileira tornou-se o cenário de inúmeras tertúlias intelectuais, artísticas e literárias. Por lá passaram muitos escritores e artistas de renome.





Com toda a importância que teve na vida cultural do país, a Brasileira do Chiado mantém um identidade muito própria, quer pela especificidade da sua decoração, quer pela simbologia que representa por se encontrar ligada a círculos de intelectuais, escritores e artistas de projecção como Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Santa Rita Pintor, José Pacheco ou Abel Manta, entre muitos outros. 




A assiduidade de Fernando Pessoa motivou a inauguração, nos anos 80, da estátua de bronze da autoria de Lagoa Henriques que representa o escritor sentado à mesa na esplanada do café.





O Chiado






Hoje, nota-se que há uma recuperação do Chiado e dos espaços envolventes, o que parece corresponder a uma nova filosofia do encarar a cidade e viver nela de forma mais confortável, apesar de espaço urbano que é. Verifica-se pois o lento ressurgir de uma nova vida que parecia adormecida por estas bandas.




Lisboa debruçada sobre o Tejo


Lisboa, cidade madura. Das suas sete colinas se espreita o Tejo. Rio tranquilo que harmoniza com ruelas que parecem cair sobre ele, permitindo-nos observar a simbiose dos azuis do rio e do céu; as casas centenárias que ombreiam com construções cuidadas de forma a não criar fortes desequilíbrios; varandins, janelas e lampiões... Calçada... muita calçada portuguesa... lembrando-nos de que aqui é Portugal, que já teve dias gloriosos e melhores, mas em que tudo se conjuga para tornar uma tarde soalheira de Sábado particularmente agradável.



(Fotografias tiradas em Julho de 2012/ Informações retiradas da NET)





quinta-feira, 6 de setembro de 2012

CACELA VELHA - POSTAL ILUSTRADO NO BARLAVENTO ALGARVIO - (ALGARVE / PORTUGAL)











Hoje, Cacela Velha é uma aldeia pequena que teria muito que contar assim ela falasse. Muito viu, muito marcou presença, tem História com muitas pequenas histórias que veem de muitos séculos atrás. O caiado das suas casas e o azul das faixas que hoje envolvem janelas e portas, azul dos beirados, dos lancis e florões decorativos... projectam-na no azul do céu e do mar sobre os quais se debruça este lugar encantador em que a única forma de nos deslocarmos, depois da casa azul, é a pé. E quanto não vale essa pequena caminhada para desfrutarmos da beleza da Ria vista dali!... 




Fortaleza do século XVII e igeja de origem medieval



Moradias do séc. XVIII de arquitetura tradicional algarvia 



A igreja e o cemitério



(Fotografias tiradas em Agosto 2012)



domingo, 2 de setembro de 2012

PEQUENO MIMO NO SOTAVENTO ALGARVIO - CACELA VELHA - APONTAMENTOS ( PORTUGAL)

























Cacela, pequena aldeia do sotavento algarvio, olha o Mar Atlântico daqui tão tranquilo mas de onde surgiram, no passado, navegadores como os gregos e os fenícios. Mais tarde, os romanos ampliaram-na e os árabes deram-lhe prestígio. Foi uma povoação relativamente importante durante os períodos islâmicos e medieval. Mas, no século XIV, devido à alteração da linha de costa e aos constantes ataques dos piratas a população mudou-se mais para o interior, sobretudo a partir da Época dos Descobrimentos. Muitos outros acontecimentos de algum relevo foram ocorrendo, como foi o caso do terramoto de 1755 que provocou danos irreparáveis em toda a aldeia, ou então o desembarque de 2500 homens da força liberal de D. Pedro em plena guerra civil  a 24 de Junho de 1833, guerra em que foram derrotadas as forças de D. Miguel, o que contribuiu, mais tarde, para o regresso da Rainha Dª Maria II ao trono de Portugal... 

Hoje, mantem-se conservada, e não é possível introduzir alterações que saiam fora da sua estrutura actual. Como pontos de interesse, encontramos a fortaleza do século XVII, algumas moradias de arquitectura tradicional algarvia do século XVIII, a igreja de origem medieval, as ruínas islâmicas, os fornos romanos e os vestígios da antiga muralha medieval. Como curiosidade, o cemitério da aldeia está completamente integrado na aldeia, estando paredes meias com as casas que o envolvem.







A vista fabulosa de que ali se avista faz-nos pensar no que sentiriam todos aqueles que por ali passaram ao longo de tantos séculos e de tanta História numa aldeia, hoje, tão pequena, mas tão charmosa.



(Fotografias tiradas em Agosto de 2011 / Informações tiradas da NET)