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Tenho por hábito levar comigo um livro, sempre que vou a algum lado onde seja previsível um tempo de espera __ quer seja numa sala de espera de um consultório, como numa estação de caminho-de-ferro, ...
Esperava na estação da Parede o combóio que ia para Cascais. Entretanto, continuava a ler “A Alma do Mundo”, da Susana Tamaro. É um livro que prende pela intensidade dramática com que está escrito. Cheguei ao ponto do romance em que a mãe se despede do filho. Ela sabe que vai morrer; ela sabe que tem um cancro; o filho pensava que se tratava apenas de um visita rotineira da mãe; ele não sabia que a mãe tinha pouco tempo de vida; ele não sabia que aquele era o último adeus... As lágrimas procuravam escapar-se teimosamente. Uma lágrima gorda ia-se formando ficando pendurada nas pestanas. Depois outra... É uma escrita que prende. E, eu, estava dentro do livro... da história... do drama narrado... Procurei desviar a atenção do que lia, quando uma espécie de soluço me queria ficar preso na garganta...
É, então, que alguém se aproxima. Era a mãe do P., o meu melhor aluno da minha Direcção de Turma. É uma pessoa afável e educada. Tocou-me no braço e perguntou-me delicadamente: __”Está bem?...”. Respondo, ao mesmo tempo, surpreendida e comprometida: __” Sim, obrigada!”. E, levanto ligeiramente o livro à laia de explicação, tentando recompor-me. O combóio chegou passados alguns instantes. Despedimo-nos.
Conclusão: há locais onde não se devem ler certos livros...
Os livros são uns amigos cúmplices e silenciosos. Mas, por vezes, pregam-nos partidas.
Esperava na estação da Parede o combóio que ia para Cascais. Entretanto, continuava a ler “A Alma do Mundo”, da Susana Tamaro. É um livro que prende pela intensidade dramática com que está escrito. Cheguei ao ponto do romance em que a mãe se despede do filho. Ela sabe que vai morrer; ela sabe que tem um cancro; o filho pensava que se tratava apenas de um visita rotineira da mãe; ele não sabia que a mãe tinha pouco tempo de vida; ele não sabia que aquele era o último adeus... As lágrimas procuravam escapar-se teimosamente. Uma lágrima gorda ia-se formando ficando pendurada nas pestanas. Depois outra... É uma escrita que prende. E, eu, estava dentro do livro... da história... do drama narrado... Procurei desviar a atenção do que lia, quando uma espécie de soluço me queria ficar preso na garganta...
É, então, que alguém se aproxima. Era a mãe do P., o meu melhor aluno da minha Direcção de Turma. É uma pessoa afável e educada. Tocou-me no braço e perguntou-me delicadamente: __”Está bem?...”. Respondo, ao mesmo tempo, surpreendida e comprometida: __” Sim, obrigada!”. E, levanto ligeiramente o livro à laia de explicação, tentando recompor-me. O combóio chegou passados alguns instantes. Despedimo-nos.
Conclusão: há locais onde não se devem ler certos livros...
Os livros são uns amigos cúmplices e silenciosos. Mas, por vezes, pregam-nos partidas.