(Cascais- 2009)
"Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera?"
(Padre António Vieira, 1643)
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...E as pedras da calçada?!... Pedras desgastadas pelas pisadas de quem por elas voa em corrida contra o tempo; pedras desgastadas pelas pisadas de quem calca com o peso dos pensamentos e sentimentos soturnos; pedras desgastadas por rodas de bicicleta que rolam ao ritmo da alegria de criança...
...Sim!... e as pedras da calçada que não distinguem lágrimas de tristeza ou de alegria das gotas da água da chuva, e os risos dos lamentos que elas ouvem?!...
...Pedras da calçada?!... Saltam aqui... saltam ali... O tempo deixa a sua marca _ ficam lisas, fendidas e carcomidas. Mas talvez no ar fiquem fragmentos da alma de quem por ali passou, sonhou, rejubilou ou chorou, e, assim, o tempo já só varre alguns dos seus pequenos farrapos ali deixados para trás.
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