sexta-feira, 30 de setembro de 2011

E O RESTO É NADA...

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(Foto tirada, hoje, à saída do Leroy Merlin)




Fim do dia... Quando vemos um pôr do Sol assim, todos os "pequenos nadas" que nos aborreceram durante o dia são mesmo NADA...


Faz-me lembrar aquela história da jovem cega que, ao ser operada, passou a ver...  Nessa altura, até lavar a louça, fazendo libertar coloridas bolinhas de sabão, se tornou num prazer inigualável... Olhá-las... Segui-las... Ver rodopiar as cores do arco íris em minúsculas circunferências de frágeis películas de ar, água e sabão... Vê-las subir e rebentar em bolinhas mais pequenas ou simplesmente desfazerem-se em nada... __ Que prazer imenso ver!...


Sim, apesar de todos os nossos aborrecimentos, podemos ver o pôr do Sol!... O Sol que se vai esconder mas nos deixa na retina as cores do arco íris. Um fogo que desaparece com a promessa de um novo dia.





quarta-feira, 28 de setembro de 2011

"Ó MAR SALGADO"... DE FERNANDO PESSOA

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(Imagem retirada da NET)



Ao longo da vida, cruzei mares e oceanos.

Senti o infinito do seu manto azul ou cinzento, com reflexos de espuma ou de prata, mais (ou menos) sereno.

Vi o Sol descer em bola de fogo, "enxameando" tudo em volta de vermelhos, laranjas, violetas e tantas outras cores e tons por definir.

Vi o negro absoluto do espaço envolvente, algumas vezes, quebrado por pontos cintilantes lá no cimo do céu.

Senti a sua fúria que nos lançava, quais paus de fósforos, dentro de navios que, de repente, se transformavam em frágeis cascas de noz.

Senti o sentimento de termos um mar só para nós.




A minha memória e o meu interesse apenas me permitiram decorar algumas estrofes dos Lusíadas, parte do poema de Augusto Gil "A balada da neve", e lembrar este poema que o meu pai me ensinou a declamar em jeito de "diseuse": 


(Foto tirada hoje)


                      
              "Ó mar salgado,
              quanto do teu sal
              São lágrimas de Portugal!
              Por te cruzarmos,
              Quantas mães choraram,
              Quantos filhos em vão rezaram,
              Quantas noivas ficaram por casar,
              Para que fosses nosso, ó MAR!"



Quando, nas minhas arrumações, encontrei aquele pequeno pedaço de papel cuidadosamente recortado onde o meu pai o escreveu. De novo, naveguei pelo Pacífico, Índico, Atlântico, Mediterrâneo e Mar das Caraíbas...


Nasci lá longe... tão longe!... Quem tornou tudo isto possível? Os nossos navegadores que "deram novos mundos ao Mundo", de que tive o privilégio de desfrutar em parte.


É assim que, este pequeno poema de Fernando Pessoa volta à minha memória e aos tempos de miúda, altura em que, para nós, tudo é possível. Tornando-nos capazes de navegar no mar do nosso passado enquanto o presente se constrói e, certamente, o futuro...






terça-feira, 27 de setembro de 2011

"CROCANTES" e meios de diagnóstico

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Mandaram-me este E-mail que achei delicioso
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BOM DIA!!!!


Acordei, levantei os braços, mexi o joelho, virei o pescoço...

Tudo fez "croc"...



Cheguei a uma conclusão: Não estou velho(a), estou "crocante"...




Quando, hoje, contei à minha médica o conteúdo deste E-mail que tinha recebido ela riu-se e disse: __" Se não nos queixamos de alguma coisa depois dos 40, é porque não chegámos lá."


Pois é... Está visto que só nos resta contentar em ser "crocantes", "estaladiços", "quebradiços" e ( porque não?!...) até "gostosos"?


É... Sou tão "crocante" que tenho, radio e ecografias mamárias e pélvicas, guardadas desde os finais da penúltima década do século passado. Quando disse isso à médica, esta respondeu que apenas era necessário guardar os dois últimos exames que tenho que ir fazendo de forma regular...


Consequência: ao chegar a casa consegui esvaziar uma boa parte da gaveta onde as tinha guardadas. É assim que, todas as radio e ecografias do século passado e não só, vão para a reciclagem...


Para além de ficar com mais espaço na gaveta, estou a contribuir para perfazer toneladas de radiografias... Cada tonelada de radiografias dá origem a cerca de 10Kg de prata que podem reverter a favor de instituições como a AMI. Instituição que tem feito várias campanhas pontuais.


Há vários tipos de campanhas __ um mês por ano, as farmácias recebem as radiografias que lhes forem entregues para, posteriormente, serem levantadas por responsáveis que têm como objectivo a ajuda financeira àquela organização não governamental e, para além disso, o ajudar a preservar o meio ambiente.



Nesta altura, ainda decorre essa recolha de radiografias. Radiografias com mais de cinco anos ou que já não tenham valor diagnóstico.






(Imagem e informações retiradas da NET; E-mail enviado pela F.B.)



segunda-feira, 19 de setembro de 2011

"ALTURA E O SEU GUARDIÃO" - ALGARVE / PORTUGAL

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Vista aérea da Praia de Altura

(Foto retirada da NET)


Ainda só havia a 125 por onde seguíamos para a Expo de Sevilha em 1992. Foi amor à primeira vista. Ficámos apaixonados por aquele que seria o nosso destino de Verão todos os anos.

Sobranceiro a um areal apetecível e uma vila em expansão, lá estava ele altaneiro, indicando a quem passa: " Aqui é Altura!"...

É assim que, sempre que vamos para terras do extremo Sul de Portugal, (hoje, normalmente, pela Via do Infante), ao fim de duzentos e tal Km vamos espreitando por entre os cabeços que se vão sucedendo... Faro vê-se bem de longe, inconfundível pela sua extensão. Mas, à medida que nos vamos aproximando de Espanha, os aglomerados de casario branco com telhados de telha vermelha ou esbranquiçada, não tão distintos assim, vão desfilando. As placas azuis vão-nos convidando para: Olhão, Tavira, Manta Rota e Monte Gordo... Ei!... mas antes, e finalmente, Altura...



Vista sobre o mar a partir do hotel

(Foto retirada da NET)


É mesmo Altura!... Não deixa margem para dúvidas. Altura não se confunde, com o seu solitário e imponente hotel no meio de um manto branco com manchas cor de tijolo cercado por vegetação esparsa...


Altura - Eurotel e dunas vistos da praia

(Foto tirada em Agosto de 2011)



O casario junto às dunas contíguas à praia

(Foto tirada em Agosto de 2011)


Por fora, o "Eurotel" permanece aparentemente inalterado desde que o vimos pela primeira vez.

Há vinte anos, Altura, pequena vila piscatória, começava a transformar-se, ainda que rodeada por séculos de História como a Cacela a Velha ou Castro Marim. Locais por onde andaram os mouros nesta Península que, hoje, é nossa e dos espanhóis.

Sendo inicialmente um pequeno agregado de casas de pescadores que se estendia numa faixa em direcção ao mar, começou a alastrar-se de forma ordenada, inteligente e agradável em torno da que nós chamamos a "avenida das palmeiras". Sucedem-se as urbanizações de praia com casas airosas, alegres pelas suas faixas de cor sobre paredes brancas, despretensiosas, com jardins maiores ou menores, mais ou menos cuidados... Mas num enquadramento geral que lhe dá toda a graça.

Só que, como tão frequentemente acontece neste nosso país, há poderes que se sobrepõem à razão __ falta de ordenamento?!... ganância?!... falta de sensibilidade estética?!... É assim que, tal como cogumelos, vão surgindo do nada construções em altura e/ou completamente descaracterizadas que quebram, por aqui e por ali, a harmonia que se queria e se ia conseguindo.







Praia de Altura frente ao hotel com a sua zona de apoio

(Fotos tiradas em Agosto de 2011)

Impassível, vai assistindo a tudo. Talvez, (quem sabe?!...), estando voltado para o mar, espere que, em dia de nevoeiro, vindo do Norte de África, o nosso rei menino, D. Sebastião, traga a boa nova de que é preciso pôr um ponto de ordem para o bom desenvolvimento de Altura...




(Ao fundo, aparecem manchas de terra, onde há pouco havia árvores que faziam jus ao nome _ Praia Verde)
(Fotos tiradas em Agosto de 2011)


... e, já agora, acabar com o desmatamento da Praia Verde, ali mesmo ao lado, que hoje vê reduzida a sua massa verde de pinheiros frondosos. E para quê?...Uma marina?... Um aldeamento de luxo?... Golf?...

Será que Altura vai ganhar com isso? Até ver, para nós, foi feito de forma desastrosa. A menos que algo de bonito surja que substitua aquela mata de pinheiros que, contrastando com a vegetação envolvente, davam sombra fresca no Verão e tornavam aquele cabeço tão característico.




terça-feira, 13 de setembro de 2011

BRILHO NOS OLHOS QUE EU CONHECI... SOMOS IGUAIS NAS DIFERENÇAS, QUER QUEIRAMOS QUER NÃO


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(Foto retirada da NET)



Ao longo da vida, consegui ver olhos brilhando em caras mais escuras do que a minha. Brilho que ofusca a cor da pele. Brilho que nos permite conhecer aquele que é igual a nós e pode esconder pequenos tesouros. Brilho que nem sempre conseguimos descortinar. Brilho que nem sempre se revela todo porque barreiras há que são muitas.



CIGANA, bonita, inteligente, interressada, responsável, boa aluna; 8º ano; 12/13 anos. Desejosa de continuar os estudos, foi retirada da Escola pela família, contra a sua vontade. Tinha à sua espera um casamento que não queria e um marido que não escolheu...


CHINESA, aluna extremamente interessada, trabalhadora, esforçada e perseverante... Mas o Português era um quebra cabeça... Ainda assim, o Português, ia sendo ultrapassado, à medida das suas possibilidades, com uma tenacidade digna de nota. Ganhou as Olimpíadas da Matemática a nível nacional!...


MULATA, aluna com fracos resultados. Possivelmente, pela pouca aptidão para o estudo mas, sobretudo, porque desempenhava o papel de mãe para os vários irmãos, fazendo a lida da casa, cozinhando e cuidando de uma avó com problemas graves de saúde. Era a mais velha... Alternativa não havia. A carga era toda para ela. O tempo não estica; a capacidade de concentração na leitura, interpretação e memorização, certamente, se ressentem. Tinha a dança no sangue. Aprendeu a ser uma "mãe" para os colegas de turma com um sentido de justiça que defendia com ardor. Ganhou todas as provas de Atletismo na escola, sendo um "ídolo" para aqueles que a acompanhavam no dia-a-dia.


INDIANOS, bem dispostos e brincalhões, amigos de infância com quem fazia concursos de apanha de nesperas e "pescava" com canas improvisadas apanhadas no canavial que bordejava o Rio Limpopo, em João Belo, Moçambique. O tempo passou mas a lembrança ficou.






segunda-feira, 12 de setembro de 2011

BRILHO NOS OLHOS - BOB MARLEY E EU

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(Foto retirada da NET)



Bob Marley, que cantou contra a injustiça e o racismo, terá afirmado:


"ENQUANTO A COR DA PELE FOR MAIS IMPORTANTE QUE O BRILHO NOS OLHOS, HAVERÁ GUERRA".


Devo confessar que a diferença da cor da pele não me passa despercebida. Mas, quando penso começar a conhecer a alma, a diferença esvai-se porque a alma é transparente quer a pele seja branca, negra, amarela ou "vermelha".

Também tenho que admitir que, de alguma forma, fui formatada numa sociedade em que, ainda que inconscientemente, existem os brancos e os "outros" __ negros, indianos, chineses e ciganos. Convivi com todos eles de forma mais ou menos próxima.

Cheguei à conclusão de que a principal diferença está no grau de instrução e nas capacidades inerentes a cada grupo. Como por exemplo: sentido de ritmo; aptidão natural para determinadas actividades de carácter intelectual como a Matemática; ou a espontaneidade e rapidez de resposta a situações de risco ou perigo.

Por isso, penso que, uma das formas de reduzir as diferenças, está na necessidade de dar condições de aprendizagem e de vida aos grupos que delas necessitam, independentemente da cor da pele.



sexta-feira, 9 de setembro de 2011

VERDADES DE BOB MARLEY

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(Bob Marley - 1945/1980)


Sempre gostei do ritmo "jamaicano" de Bob Marley. Nunca dei a devida atenção às letras das suas músicas, o que não me é facilitado pelo facto de serem em Inglês. Para mim, o ritmo e a música eram o suficiente para gostar de o ouvir.

Há tempos, li algumas frases que lhe são atribuídas e concordei particularmente com algumas delas. Como esta:

"PREOCUPE-SE MAIS COM A SUA CONSCIÊNCIA DO QUE COM A SUA REPUTAÇÃO. PORQUE A CONSCIÊNCIA É O QUE VOCÊ É, E A SUA REPUTAÇÃO O QUE OS OUTROS PENSAM DE SI. E O QUE OS OUTROS PENSAM É PROBLEMA DELES."

Para além disso, segundo Dale Carnegie: " A maioria das pessoas está mais preocupada com uma dor de dentes do que com a notícia da sua morte". E é capaz de ser verdade, quantas vezes, à porta de um velório as pessoas não riem, não conversam animadamente e não manifestam regozijo em se encontrarem, já que é nestas ocasiões que têm a oportunidade de se reverem. A vida tem destas coisas e tem mesmo que continuar!...



(Bob Marley foi o cantor, guitarrista e compositor jamaicano da música reggae mais conhecido de todos os tempos, foi famoso por popularizar o género, sendo interventivo e divulgando a religião através das suas músicas.


Bob Marley teve uma juventude muito difícil, e isso ajudou-o a ter uma personalidade e um ponto de vista muito crítico sobre os problemas sociais. Filho de pai branco e mãe negra, vivendo numa favela de Kingston em garoto, era provocado pelos negros locais por ser mulato e ter estatura baixa.


O estilo peculiar que adoptou, parece ter sido uma forma de chamar a atenção. O que conseguiu, com sucesso, mesmo além fronteiras.


É assim que, em Junho de 1978, é premiado com a Medalha de Paz do Terceiro Mundo, pelas Nações Unidas; foi classificado, em 2004, pela "Rolling Stone Magazine", como um dos 100 maiores artistas de todos os tempos; teve prémios como letrista; "One Stone" foi considerada a canção do milénio pela BBC; entre muitos outros prémios dentro e fora da Jamaica. Após a sua morte, 6 de Fevereiro, o dia da sua morte é considerado feriado nacional na Jamaica...)






(Informações sobre Bob Marley retiradas da NET)





quarta-feira, 7 de setembro de 2011

DUNAS... PRAIA DE ALTURA / PORTUGAL



Salve-se o que resta delas!





"Alguém veio perguntar

Como as Dunas são criadas:

Elas são crias do Ar,

Do Vento, do Sol e do Mar!...

O mar transporta em correntes,

(...)

Areia feita semente.

Que a maré deposita

nas praias, sem pretensão

juntando de grão em grão,

Uma areia branca infinita."


(...)

(Retirado do poema "As Dunas" de João Neto)








Areia branca "infinita" segura por plantas rasteiras que a agarram e a não deixam fugir com "o vento inconstante que vai tocando, noite e dia, essas ondas de areia"; bem como o cuidado que cada vez mais se vai tendo de forma melhor integrada na preservação das dunas que têm janela para o mar.



(Altura, Agosto de 2011)


( As dunas são ecossistemas costeiros que fazem a transição entre os sistemas marinho e terrestre, constituindo uma barreira natural de protecção à paisagem humanizada adjacente. Daí a sua importância e a necessidade de serem protegidas).






terça-feira, 6 de setembro de 2011

MENOPAUSA - UM TESTEMUNHO

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Menopausa, a tão "temida" fase da vida da mulher adulta... Hoje, sei que entrei nela mas, para quem não deseja ter mais filhos, ainda não lhe encontrei grandes inconvenientes. E, se isso, vier a acontecer, procurarei minimizar os seus efeitos não os sobrevalorizando, (como o procuro fazer, sempre que consigo, em situações menos boas).

Há aproximadamente um ano, andava eu angustiada antes de saber o diagnóstico: Tinha uns nódulos na mama aumentados em relação ao que mostravam exames de anos anteriores. No entanto, "na altura, era só continuar a controlar, porque a menopausa devia estar para chegar."

De facto, assim aconteceu e, como previsto, descobri hoje com alegria uma das vantagens desta transição da vida: os nódulos regrediram e, como antes, é só continuar a controlar.

Infância, adolescência, menopausa, velhice... __ são tudo fases da vida com vantagens e desvantagens. Cheguei à conclusão de como o nosso organismo pode sofrer alterações, tanto no bom como no mau sentido e que podem ser diagnosticadas e controladas se estivermos atentos e formos acompanhando o nosso corpo que é o único que nós temos.

Maravilha-me a capacidade que, hoje, a Medicina tem de conhecer a previsibilidade de reacção do nosso organismo.

Se a evolução das tecnologias me fascina; no que concerne à Medicina, impõe-me respeito.

Há um ano fiquei a saber que nódulos ou quistos na mama, no útero ou nos ovários podem regredir aquando da entrada na Menopausa, o que nos pode dar algum descanso ao fim de anos de acompanhamento, por vezes, com muita ansiedade e sobressaltos...


... "Ainda assim, sem nunca refrear a vigilância!"




(Pena é que, no mesmo dia, oiçamos no telejornal que, o número de portugueses sem acesso a médico de família, atinja os sete dígitos...)




(Imagem retirada da NET)






sábado, 3 de setembro de 2011

NÃO VÁS RÁPIDO DEMAIS!...

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( Bob, Agosto - 2011)


O tempo passa, corre, galopa, ultrapassa-nos em atropelo... Corre como tu ainda corres.

Chamas-nos a atenção e quantas vezes não nos passas ao largo... Ladras de contente, de ciúmes, desejoso das atenções sobre ti... saltas de alegria... saltas para brincar... Dás beijos com a tua língua pegajosa que nos baba e que aceitamos porque está cheia do teu afecto...

Olá, companheiro, do tempo que vai passando!... O tempo que passa sem que demos por ele. Vais fazer oito anos e o tempo voou... No outro dia coxeavas... Hoje, voltaste-o a fazer. Foi aí que nos lembrámos de como o tempo passa rápido, companheiro e alegria do nosso dia a dia... Artrite? Idade do "com dor"?!... Já para lá caminho... Só espero que não vás rápido demais.




sexta-feira, 2 de setembro de 2011

PORTUGAL / ALGARVE - ALTURA ONTÉM E HOJE - DE QUAL DELAS GOSTO MAIS?

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Gostava do Português com sotaque Alemão do homem grande e solícito que nos vendia os jornais e as revistas de fofoca consumidos durante as férias. Hoje, há vários locais onde comprar jornais e revistas, talvez até mais "sofisticados".
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Gostava de ir buscar aquilo de que precisávamos à drogaria do, então, jovem casal com marcado acento algarvio, despachado e simpático que nos desenrascava com o que dispunham naquele espaço de penumbra, com o seu balcão de madeira corrido e atulhado de tudo quanto pudesse ser útil a casas e quintais __ ( ... até mesmo aquele pedaço de rede de pesca que, naquele dia, fomos buscar ao armazém para eu poder compor os nossos candeeiros juntamente com conchas, esqueletos de caranguejos, búzios e estrelas-do-mar que apanhámos na praia!...) Hoje, já não estão na rua turtuosa e estreita de outrora, estão na rua central, as prateleiras estão organizadas por "temas" e pagamos à saída numa caixa registadora como as dos super-mercados, se bem que continuem a ser o marido, a mulher e, agora, a prima, sempre eficientes, a atender-nos.
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Gostava de ir buscar o pão quente e acabado de fazer... Hoje, também o há. Hoje, são sobretudo, jovens raparigas do Leste que nos procuram atender no Português possível. Agradáveis, sem dúvida, mas, possivelmente, não as tornaremos a ver nas férias seguintes.

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...Temos os Mosqueteiros. Mas o Alisuper fechou...

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... E a senhora que, ao pé de nós, vendia os tomates em caixas onde se baralhavam os pequenos, médios, enormes e retorcidos ou redondinhos... E as cebolas vindas directamente dos produtores da zonas com que nos deliciávamos em saladas e até trazíamos para a zona alfacinha quando subíamos a Lisboa. Hoje, a loja está devoluta. Já temos os tomates normalizados que sabem ao mesmo que na cidade __ nada...
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Hoje, há uma óptica, duas parafarmácias, uma farmácia, uma enorme loja chinesa. Por quanto tempo?... Sim, porque também há as lojas com as vitrines pintadas de branco ou cobertas de jornais.












(Fotos da praia de Altura - Agosto, 2011)

... Muita gente até tarde na praia... Espaços concessionados __ bonitos; arranjados; limpos; organizados. 


Não era também eu que fazia coro da necessidade de promover o turismo em Portugal?


Ainda assim, não deixa de ficar marcada a recordação dos fins de tarde em que para além de nós, das gaivotas e dos pilritos, pouca mais gente passeava, jogava ou simplesmente estava à beira da água.

Se calhar é o simples saudosismo dos anos que passaram; do filho que já cresceu; da pá azul e amarela com que fazíamos as "piscinas" que o mar desmoronava; das baldadas de conquilhas que desenterrávamos pacientemente da areia e levávamos para casa em água do mar para cozinhar ao jantar...

Sim, se calhar é isso mesmo. Os tempos têm que mudar __ e, em muitos aspectos, ainda bem.

Que praia quero?... A que me puder deixar saudades e me leve a dizer que "valeu a pena, vale e oxalá continue a valer".



quinta-feira, 1 de setembro de 2011

ALGARVE / PRAIA DE ALTURA - "CONCESSIONADA"

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De ano para ano, a praia de Altura vai ficando mais organizada; mais concessionada; mais colorida; mais limpa; mais uniforme; mais pensada; mais segura... Mais igual a tantas outras que, por esse Algarve fora, também vão ficando mais organizadas; mais concessionadas; mais atractivas até...
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... mas mais cheias, "menos selvagens" e "menos nossas".
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( Praia de Altura - Agosto de 2011 )