sexta-feira, 22 de junho de 2012

NO RIO MEKONG UMA AVENTURA QUASE FATAL - CHIANG MAI / TAILÂNDIA





Não foi bem isto que fizemos... 
O rio era o mesmo. As condições diferentes.
Mas, o barco, apesar de ser a motor,
pouco mais seguro seria.





A viagem prosseguia manhãzinha cedo do dia seguinte. A neblina do nascer do dia já lá ia. Tínhamos que formar pequenos grupos que se encarrapitavam em cima daqueles pequenos barcos de motores primitivos. Íamos equipados com as nossas capas plásticas amarelas.




Recomeçou a chuviscar. A corrente do rio era muito forte. Naquele local, de um lado e de outro do rio, a vegetação tinha um porte pouco elevado. Cada uma das margens apresentava uns caniços que ladeavam aquele troço do rio a todo o seu comprimento.

A  velocidade  da  pequena  embarcação  começou a aumentar, e pareceu-nos que, a certa altura,  houve  um pequeno descontrolo. Pouco  tempo  depois, avistámos umas enormes manchas negras envolvidas por uma revolta espuma branca.




À medida que nos íamos aproximando daquela zona , a velocidade ia aumentando cada vez mais, já não só à custa da força do motor. Parecia-nos que algo muito poderoso sugava o nosso barco. As enormes manchas negras que rapidamente se aproximavam não eram mais do que gigantescos pedregulhos semi-submersos, lisos, quase sem arestas, e que se sobrepunham; e, a espuma branca, era da água que neles embatia. Estávamos a entrar numa zona de rápidos... As margens galopavam, as colinas distantes sucediam-se...

A chuva tinha começado a cair com mais intensidade. Formava uma cortina à nossa frente e impedia que se vissem as margens com nitidez, tal era a espessura de água que , entretanto,  caía do céu. Nem o frágil toldo da embarcação nos protegia da chuva. Procurámos enrolar-nos melhor nos impermeáveis, preocupados sobretudo com as máquinas de filmar e fotográficas.

Começaram a aproximar-se perigosamente aquelas enormes massas de pedra.   O barco já não segue uma rota a direito, é puxado ao sabor das correntes.   Pedras  de  um dos lados, pedras do outro, começamos a passar entre elas. A certa altura, o barco dá um safanão, a sua ré vai para cima de uma daquelas massas lisas e negras.  Saltamos ou não saltamos?... Estamos no meio do rio. Não, não seria boa ideia. Ficámos como que suspensos, por uns instantes. Também a nossa respiração abrandou. Novo safanão. O barco solta-se. Salta em frente. Parecia que ia mergulhar. Continua caminho. Continuam os solavancos, cada vez com menos violência. Ainda não foi desta que encomendámos a alma ao Criador. Mas, foi por um triz...

A chuva continuava a cair. O barco parecia ainda mais desconjuntado. As nossas capas amarelas de pouco ou nada tinham servido para manter as nossas roupas secas. Mas, as máquinas não se molharam e nós estávamos "safos" desta...





( Os diferentes humores de um rio... )

Cá do nosso longínquo Ocidente podemos perguntar-nos: e onde estavam os coletes, e os capacetes, e o motor adaptado para o barco poder percorrer um curso de água daquela natureza, e o próprio barco, e... e?... Sem dúvida que, naquelas paragens, não há as normas da CEE e tudo pode ser uma aventura para não dizer um risco. Mais ainda... Não há dúvida de que este planeta comporta vários mundos. O que poderá ter o seu encanto. Só que, às vezes, é preciso sorte, para o poder vir a contar. Se calhar foi o que nos aconteceu no momento em que o barco deu o solavanco e se "soltou" do pedregulho.






(Montagens de imagens feitas a partir de fotografias tiradas da NET)




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