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Hoje, são as suas asas cinzentas, as suas cabecitas curiosas, os seus bicos ternurentos e irrequietos que ocupam lugares que um dia foram de homens e mulheres "bons" ou "maus"; "apaixonados" ou "indiferentes"; crentes numa vida além da morte ou em que tudo o que se tem é o momento presente.
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O tempo deu-lhes asas. Deixou-as voar. Agora viajam sobre o tempo. Saltitam entre as telhas, sobre as pedras que o tempo descarnou. Arrulhando em namoricos descomprometidos, chamam a atenção de quem passa para o tempo de outros tempos...
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Quem aqui viveu? Quem aqui nasceu? Quem aqui morreu? Que histórias de vida guardam estas pedras que teimam em resistir, estes caixilhos desgastados, estas paredes desbotadas, e parcialmente desfeitas?!...
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Paredes que guardam histórias. Histórias de vidas vazias, cheias de nada, sem objectivos traçados, simplesmente lançadas à passagem do tempo.
Histórias de gentes valorosas, que se embrenharam em grandes ou pequenas coisas, "certas" ou "erradas"... as possíveis do e no tempo que foi o seu.
Histórias que ficaram perdidas no tempo ou retidas na memória de quem ainda as conhece. Histórias de quem imagina o que poderá ter existido por trás das suas ruinas.
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Histórias de gentes valorosas, que se embrenharam em grandes ou pequenas coisas, "certas" ou "erradas"... as possíveis do e no tempo que foi o seu.
Histórias que ficaram perdidas no tempo ou retidas na memória de quem ainda as conhece. Histórias de quem imagina o que poderá ter existido por trás das suas ruinas.
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"Desintegração da Persistência da Memória", de Dalí. Quadro que dentro de todas as limitações procurei reproduzir a pedido insistente do meu filho. "Desintegrar" um muro pedra a pedra não me foi fácil. Precisei da mão da mestra. Levei tempo e paciência...
Mas, aqui, fi-lo com a rapidez de um "clic". Captei integralmente isso mesmo __ A "Desintegração da Persistência da Memória" __ tudo tem um fim e, enquanto alguma coisa resta, fica a marca da sua passagem por insípida ou breve que seja.
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Está aqui a importância de HOJE: "hoje"o tempo que nos resta para termos a lembrança de nós e dos que vivem connosco o nosso tempo e a nossa memória... Até porque, bem ou mal, somos também nós quem o faz!
(Rebelva - Fotografias tiradas em Junho 2011)
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