domingo, 14 de fevereiro de 2010

AMAZÓNIA - ENCONTRO DAS ÁGUAS

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Floresta da Amazónia - ARIAU (Foto retirada da NET)

Acordo ainda meio estremunhada... Oiço vozes abafadas, passos, o ranger do soalho, portas que batem. Concentro melhor os sentidos para reconhecer o sítio em que estou. Vejo uma miríade de pontos e rasgos de luz nas paredes e no tecto. Por entre as traves de madeira que fazem de tecto vislumbro uns pés que se deslocam no quarto por cima do nosso.

Relembro a noite animada na véspera pela visita inesperada de enormes baratas negras que resolveram pavonear-se pelo quarto à hora a que nos fomos deitar o que nos permitiu constatar, entre outras coisas, que o chão, as paredes e tudo estavam inclinados. E não podia deixar de sorrir com a lembrança do que foi o alvoroço causado pelos macacos que entraram no “hall” do nosso piso e à viva força queriam forçar as maçanetas das portas dos quartos.




ARIAU - (Foto retirada da NET)


Concluindo. Estávamos em plena selva e na hora de levantar, já que nos chegavam aos ouvidos a mistura das conversas das pessoas, dos gritos das araras e de todos os animais que àquela hora já tinham começado a sua actividade.


Estávamos no ARIAU, um hotel que tem uma grande parte da sua área construída na copa das árvores e é feito essencialmente de traves de madeira.


Amazónia - Encontro das Águas (Foto retirada da NET)


Apanhámos o barco que, naquela radiosa manhã de Sol, seguia a uma velocidade de cruzeiro num passeio tranquilo. Depois de algum tempo de navegação, avistámos na outra margem as construções de Manaus. Seguimos ao largo da zona portuária de Manaus, enquanto que a Amazónia “profunda” ficava para trás.


A certa altura, começámos a ver, numa zona particularmente larga do rio, algo de insólito. O rio estava literalmente dividido em duas partes distintas. Até então, tínhamos andado sempre no Rio Negro (nome que se deve à cor das suas águas escuras, ricas em tanino libertado pelas folhas). Agora, víamos um outro rio à frente e à nossa direita com as águas amareladas. O Rio Solimões.



Encontro das Águas (Foto retirada da NET)


É neste ponto que se diz começar o Rio Amazonas. O maior rio do Mundo. As águas dos dois rios encontram-se mas não se misturam ao longo de uma grande extensão. Foi feita a prova dos nove... O barco foi-se aproximando da linha divisória das duas massas de água e com um copo retirou-se um pouco de água do Rio Negro (era escura). Com outro copo retirou-se água do Rio Solimões (era clara).



(Encontro das Águas - Foto retirada da NET)



Está perfeitamente justificado o nome __ Encontro das Águas. Ficou também a estranha sensação de pensar que naqueles copos está água que começa o rio mais caudaloso e longo do Planeta.
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