quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

BALANÇO DE FINAL DE ANO

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Flor que se agarra e nos escapa da mão... ( em 2009 em Leceia)


Procuro uma alegria
uma mala vazia
do final de ano
e eis que tenho na mão
- flor do cotidiano -
é vôo de um pássaro
é uma canção.


(Poema de Carlos Drumont de Andrade; Dezembro de 1968)



Alegrias encontrei muitas, e a mala não está vazia. Está cheia de pequenas coisas. Coisas boas e coisas más, outras que só ocupam lugar. Coisas que não quero perder, outras que se me querem "colar". Separar o trigo do joio. Encontrar a flor do dia-a-dia. Procurar o seu fruto em voo livre de pássaro e no canto que ecoa no ar.
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É novo ano... O virar da folha do calendário. Um novo soprar do vento. Será que tudo é novo?!... Ou que, cada dia, é um novo reciclar?
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FELIZ ANO NOVO!...

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Que as nuvens de 2009 se transformem num novo raiar do sol do ano de 2010 que, agora, nasce.
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Luz de esperança renovada nos novos projectos, desafios e apostas, bem como na continuidade de tudo que de bom trazemos connosco...
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FELIZ 2010!


(Imagens retiradas da NET)
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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

PINTANDO UM PÃO - ALGUMAS DAS VÁRIAS ETAPAS

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("PÃO" - em execução - várias etapas)
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Pão, sonho de vida... Mata a fome e partilha o momento. É elemento que faz parte da vida de todos nós. É elemento celebrado na pintura, por pintores como Dalí, Picasso, Impressionistas, Leonardo da Vinci e tantos, tantos outros...

A fórmula mágica para resolver os problemas do Mundo estava naquele sonho de menina que se repetia havia alguns dias. Até que, ao escrevê-lo durante a noite num pedaço de papel, virou desilusão. Afinal resumia-se a isto: "__A manteiga põe-se no pão". Mas, pensando bem, como seria tão fácil se assim fosse!... Como viveríamos todos tão melhor e mais felizes.

Mas, a realidade não é assim. Mesas há em que falta o pão. Mesas há em que o pão é duro e não se parte.


Já que a manteiga nem sempre se põe no pão, porque não representá-lo num desejo de que tal fosse possível? Oferecê-lo, aos olhos de quem vê, em partilha de intenção...


Sim... Possíveis têm sido estas etapas debaixo do olhar atento de uma mestra que procura manter-se à "distância".

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domingo, 27 de dezembro de 2009

A VÍRGULA __ UM QUEBRA-CABEÇAS

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Colocação de vírgulas. Um quebra-cabeças numa pretensa escrita. Ponho ou não ponho a vírgula?
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__”Atenção ao ritmo, às pausas e à música das palavras na frase, quando se lê alto.” Assim, será fácil descortinar onde devem fazer-se breves pausas (por vezes, até pedem mudança de entoação). E aí estará o lugar da vírgula - (se a pausa for mais longa, será caso de ponto e vírgula).
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Para mim não tem sido fácil. A tendência é pegar num punhado daqueles discretos sinais de pontuação e “atirá-los” para o texto... formando-se um labirinto de palavras.
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Em perfeito desnorteamento, perguntei a quem de direito o que fazer. Foi-me dada a regra de ouro: __” Em caso de dúvida, se não for manifesta a necessidade da vírgula para a compreensão do texto, mais vale omiti-la."
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Razão tem Saramago, o nosso Prémio Nobel da Literatura, que dispensa tanto quanto possível aquele pequeno tracito que corresponde a uma pausa breve mas que, em certas situações, pode ser fundamental para o entendimento do texto.
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Mas há regras para a sua colocação. Algumas mais gerais e comuns, e uma infinidade de outras situações específicas que não caberiam nas “páginas” de um “post” e não são de grande importância. Afinal, talvez que estas regras nem sejam tão complicadas assim.
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É possível que algumas delas possam servir também a mais alguém. Por isso, aqui vão elas:
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__ Entre o sujeito e o verbo não deve colocar-se uma vírgula :(por ex.: «O dia está frio...» ; e nunca «O dia, está frio»); a não ser que ao sujeito se siga:
a) um aposto ou continuado - (por ex.:«D. João II, o Príncipe Perfeito, foi..»); ou
b) uma frase «explicativa» - (por ex.: O Pedro, que anda muito ocupado, faltou...»)

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__ Frases intercaladas ou de sentido independente localizam-se entre vírgulas : Por ex.: «Compreendo que, face ao exposto, não queiras...».
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__Palavras como «porém», «todavia», «enfim», «portanto» «contudo», «pois»,
levam vírgula antes e depois : (por ex.: «Creio, todavia, em...» ; «Vou, enfim, descansar» ; «Julgo, pois, que...» ; etc.)
Atenção, porém, a que a palavra «porém» não deverá iniciar um período.
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__Usam-se também vírgulas em expressões iniciadas por gerúndio independente : (por ex.:«Concedendo que é verdade o que dizem, ...) ; (ou: «F..., simulando alegria, fez isto ou aquilo...»)
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(Informação prontamente cedida por DC; imagens retiradas da NET)

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OS NOSSOS LIMITES

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(NET)
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"Uma língua é um lugar de onde se vê o Mundo e em que se traçam os limites do nosso pensar e sentir."
Vergílio Ferreira

(NET)

Quanto gozo não dá ver o Mundo na nossa língua, apesar do risco de o fazer. Quanto gozo não dá ultrapassar os limites do nosso pensar e do nosso sentir, apesar do risco de errar. Quanto gozo não dá ter uma língua para falar ainda mesmo que seja para dizer disparates...
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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

UM PRESENTE DE NATAL

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(Imagem retirada da NET)
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No meio da confusão ele procura "O Presente" - HOJE.


Não o deixemos estragar, rasgar, ignorar ou deitar fora...
Guardemo-lo bem guardado no nosso coração, nas nossas mentes e nas nossas vontades...

Feliz Natal em todos os HOJE do ano.


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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

CANÇÃO DE NATAL EM ÁFRICA - LUANDA / ANGOLA

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Ilha do Mussulo, Ilha de Luanda, destinos para o Dia de Natal...



África. Dezembro. O calor aperta. Batinhas brancas e engomadas coladas ao corpo. Meias alvas e engelhadas espreitando de dentro dos sapatos castanhos. Sapatos castanhos dificilmente conseguidos. Estava-se em terra de sandálias abertas e chinela no pé. Mas os sapatos tinham que ser castanhos. Era o tempo de outros tempos. O tempo da Mocidade Portuguesa. Realmente éramos mocidade e éramos portugueses __ mas era o tempo em que os meninos e meninas em África tinham que calçar sapatos castanhos...
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Os primeiros acordes são dados. Cabecitas de todas as cores atentas aos sinais da professora. Umas na fila da frente, as mais altas nas de trás. Finalmente, iríamos ver o resultado de tantas horas de ensaio com uma professora dedicada e paciente.
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Dentro da afinação possível, aquelas vozes ainda juvenis cantavam esta canção da qual só parte recordava. Mas, ainda ouço o som dos ferrinhos que, então, nos acompanhavam e me lembro da vontade do mergulho no mar.
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.(NET)



Eu hei-de dar ao Menino
Eu hei-de dar ao Menino
Uma fitinha pró chapéu;
E ele também me há-de dar
Um lugarzinho no céu.
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Olhei para o céu,
Estava estrelado.
Vi o Deus Menino
Em palhas deitado.
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Em palhas deitado,
Em palhas estendido,
Filho duma rosa,
Dum cravo nascido!
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No seio da Virgem Maria
Encarnou a divina graça;
Entrou e saiu por ela
Como o sol pela vidraça.
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Arre, burriquito,
Vamos a Belém,
Ver o Deus Menino
Que a Senhora tem;
Que a Senhora tem,
Que a Senhora adora.
Arre, burriquito
Vamos lá embora.

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(Mussulo - Foto retirada da NET)





segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O NOVO "LOOK" DO PAI NATAL - COMO OS TEMPOS MUDAM!...

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(Imagens retiradas da NET)



A roupagem vermelha do Pai Natal foi criada pelo "cartunista" americano Thomas Nast, em 1886 na revista Harper’s Weeklys. O Pai Natal até então era representado com roupas de inverno, porém de cor verde.
O que aconteceu foi que, em 1931, a Coca-Cola realizou uma grande campanha publicitária vestindo o Pai Natal, com as cores vermelha e branca, o que foi bastante conveniente, já que estas são as cores do seu rótulo. Tal campanha, destinada a promover o consumo de Coca-Cola no Inverno (período em que as vendas da bebida eram baixas na época), fez um enorme sucesso e a nova imagem do Pai Natal espalhou-se rapidamente pelo mundo.

A Coca-Cola contribuiu para difundir e padronizar a imagem actual, mas não foi responsável por tê-la criado. O personagem foi inspirado em São Nicolau Taumaturgo, arcebispo de Mira na Turquia, no século IV. Nicolau costumava ajudar, anonimamente, quem estivesse em dificuldades financeiras. Colocava o saco com moedas de ouro a ser ofertado na chaminé das casas. Foi declarado santo depois que muitos milagres lhe foram atribuídos. A sua transformação em símbolo natalício aconteceu na Alemanha e daí correu o mundo inteiro.
(Texto adaptado da NET)



O rádio do carro vai ligado. Mas eu vou desligada daquilo que vai sendo dito. Até que, a certa altura, oiço : __"Estudos recentes na Austrália..." __ Recomendavam uma séria e revolucionária alteração do "visual" e atitudes do Pai Natal, em favor do equilíbrio e aquisição de bons hábitos das crianças de todo o Mundo.
De acordo com o referido estudo, novas "directivas" deveriam ser seguidas:
1º - Para evitar o aumento da obesidade nas crianças, o novo "look" do Pai natal deveria ser bem diferente do do homem de barbas brancas, gordo, bonacheirão e apreciador de doces e bebidas. Assim, deveria ser magro e evitar passar a imagem de que consumir doces é uma coisa boa.
2º - O Pai Natal não deveria continuar a ser aquela figura que vem da Lapónia num trenó carregado de brinquedos e puxado por renas. Em vez disso, o Pai Natal deveria vir de bicicleta tornando-se um exemplo da vantagem em se fazer desporto.
3º O Pai Natal não se deveria aproximar demais dos meninos porque espirra e pode constipá-los.

Das outras "directivas" já não me lembro bem. Para além disso, apanhei a notícia já a meio, pelo que até posso pôr a hipótese de se tratar de alguma espécie de brincadeira mas não foi o que me pareceu.

Não há dúvida de que as mudanças neste nosso Planeta Terra não são só tecnológicas ou climáticas. Mas, um Pai Natal magrinho e ciclista, não cabe muito bem no meu imaginário. E, no das crianças, será que cabe?

Concluindo: De facto, o Pai Natal, como nós o conhecemos hoje, foi uma figura publicitária recriada pela Coca-cola. E, se calhar, até é uma má influência para os miúdos. Deve ser por isso que os pais têm tantas guerras com os filhos por causa do consumo excessivo de Coca-Cola. Ao fim de tantos anos, parece que já encontrei o culpado: o Pai Natal.

Falando sério... Não seria de olhar a outras publicidades que diáriamente vêm ao nosso encontro?




NÃO HÁ MERCADORES DE AMIGOS

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Nesta época natalícia, era bom lembrar que "...não há mercadores de amigos...", como disse a raposa ao principezinho de Saint-Exupéry.
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Por isso, se os queremos, temos que os conquistar. E quanto gozo podemos ter nessa conquista!... Só que leva o seu tempo e, assim, podemos prolongar o nosso Natal ao longo de todo o ano. Até porque, a prenda maior, se chama TEMPO e DISPONIBILIDADE.
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(Imagens retiradas da NET)


QUE CERCAS SALTAR?...

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(NET)


Perguntaste-me se seria capaz de saltar cercas.


Seria um sonho meu, se acreditasse que valeria a pena e fosse capaz. Mas não acredito. Assim, vivo dentro do meu quintal que também tem pequenas cercas para serem ultrapassadas. E é a essas que me devo dedicar se quiser manter a minha sanidade mental.
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domingo, 20 de dezembro de 2009

MUROS ALTOS... CADA VEZ MAIS ALTOS... O MEDO DE OS SALTAR




(Montagem de imagens retiradas da NET)

__” Falas, falas, mas não abdicas da tua casa com os muros altos. Cada vez mais altos...” . Será que ele tem razão?

Que ando para aqui a fazer? A esbravejar, porquê?

Não posso mudar o Mundo, é demasiado grande para isso. Não quero abdicar do meu, quando comparado com uma infinidade de outros que estão à minha volta, aqui e além mar. Em todas as terras e continentes por onde passei.

Nós não podemos mudar o mundo grande, mas podemos fazer algumas tentativas no pequenino. Naquele que nos acompanha no dia a dia. Terei tentado, sempre, fazer isso? Talvez. E, por vezes, com sucesso. As mais das vezes, de forma tão desajeitada que saiu tudo errado. Nem a mim própria fui capaz de ajudar.

Gostaria de ter coragem para abdicar da minha casa com grades altas, mas não tenho; passar além do meu quintal, mas não consigo; saltar as barreiras do incerto e desconhecido, mas não posso.

“DESAPEGO”! Não o tenho. Receio um futuro em que venha a passar para o mundo daqueles que são e continuarão a ser uma infinidade. Daqueles que não têm grades altas, porque não têm casa de que abdicar; daqueles que não receiam passar o seu quintal, porque não o têm; daqueles que não saltam as barreiras do incerto e do desconhecido, porque já estão do lado de lá.

Como seria mais fácil o “DESAPEGO”, se estivéssemos num mundo mais justo. Há quem consiga. Eu não. Mantenho-me atrás das grades do meu quintal, olhando por cima do muro as barreiras que gostaríamos de passar... As barreiras que nos apertam o peito esmagado pela coragem que esmorece e nos aprisiona nesta viagem que deveria ser tranquila e de entreajuda e é, muitas vezes, uma viagem de guerra, quezílias e desajuda.

DÓI...DÓI... DÓI... Mas, o “DESAPEGO” não me é possível, até mesmo de coisas materiais.





HISTÓRIA DE QUEM NASCEU POBRE - AVEIRO / PORTUGAL - INTERIORIDADE E CONTRASTES

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( Imagem retirada da NET)
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1993... No interior do Distrito de Aveiro, na dita “santa terrinha”, era madrugada. Levantou-se sem fazer barulho. Acendeu o fogão a lenha e pôs a água da chaleira a aquecer pois, àquela hora e naquela altura do ano, o esquentador pendurado no espaço da sala que funcionava como cozinha não tinha potência suficiente para, rapidamente, aquecer a água gelada dos canos. Mas, ainda assim, aquele esquentador era o luxo da casa, juntamente com a televisão a preto e branco que ela tinha comprado com o dinheirito que foi amealhando desde que, o sonho de espreitar o mundo lá fora através daquela “janela”, se começou a insinuar.

Depois da higiene matinal, dirigiu-se para a porta do pequeno quarto. O abafado chiado da porta a abrir não foi suficiente para a despertar. A luz fraca, que atravessava agora o vão da porta, iluminava o pequeno rosto de menina. Os cabelos desalinhados espalhavam-se sobre o lençol branco. Estava na hora. Já eram cinco da manhã. Depois de a olhar por instantes, tocou-lhe de leve no ombro. A pequenita mexeu-se mas continuou a dormir. Agora, foi um abanar suave mas mais repetitivo e mais forte. A neta abre os olhos e olha-a vinda do mundo do sono. A avó diz-lhe: __”Vamos, filha. Está na hora de levantar. Vou levar as vacas ao pasto e já volto. Não te atrases...”

Abriu a porta da rua. Recebeu um abraço gelado do vento de fora. O frio infiltrou-se por todas as frestas da casa que ainda não tinha aquecido grande coisa com o calor do fogão de lenha. Determinada, aconchegou o xaile ao corpo e saiu.

A pequena tinha que se despachar. Não tardaria e a avó estaria de volta para levar as vacas leiteiras para a ordenha. Não havia tempo a perder. Pegou no jarro do leite e verteu algum do seu conteúdo para dentro de um púcaro de esmalte. Pô-lo a aquecer na chapa do fogão de lenha. Preparou as coisas para a escola. Tomou o pequeno-almoço. A avó tinha-lhe deixado um frasquinho de doce em cima da mesa. A sala começava a estar menos fria.

Quando a avó chegou para vir buscar as vacas que ficaram no estábulo, a pequenita já tinha as botas calçadas e estava pronta a remover os dejectos dos animais. Depois, havia que fazer a cama para quando elas regressassem ao estábulo. Tinha que espalhar palha suficiente sobre o chão para que ficasse bem coberto e preparado para as receber.

O sol começava a querer iluminar o horizonte. Tinha que se lavar e vestir para ir para a escola. Tinha que ser rápida porque a camioneta não esperava.

Às quatro e meia da tarde, chega a casa. O espaço da cozinha estava arrumado. Mas havia tudo o resto a fazer. Estava na hora de ir buscar as vacas ao pasto. Ajudar à lida da casa. Fazer os trabalhos de casa, tanto quanto possível. Ajudar a preparar o jantar.

Os meninos, lá fora, que já tinham acabado os deveres da escola, brincavam uns com os outros até à hora do jantar. Mas ela tinha que ajudar a migar as couves, a descascar as cenouras ou as batatas. A hora da janta não esperava e, no dia seguinte, voltariam a levantar-se antes do sol raiar.

Arrumada a mesa de jantar e a cozinha, senta-se diante da caixa mágica. A avó deixava-a, depois de todas as tarefas cumpridas, ficar um tempo a viajar com aquelas imagens a preto e branco. Viajar por todo o lado. Espreitar a vida de outros meninos, de outros animais, de outros mundos... A sua “santa terrinha” começava a parecer demasiado pequena apesar dos seus oito, nove anos.

O tempo foi passando e, um dia, vai de férias junto à Capital. Encontra outros animais para cuidar. E fica. Ficou, agora, para cuidar de cães. Hoje, só volta à “santa terrinha” de férias e para visitar a avó. A avó já não tem as suas vacas, já não tem as terras para cuidar. Mas tem uma neta que ela ensinou a gostar do que faz e que trabalha arregaçando as mangas dando o melhor de si. Só que uma neta que, apesar de tudo, não teve infância.

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2012 - CASCAIS  


Vimo-las à venda num super-mercado.
Ficámos surpreendidos. Mas é, sem dúvida, engenhoso e útil...


Um dia, chega uma senhora ao canil. Era uma senhora velhota que tinha como principal companheiro o seu pequeno cão rafeirote. Tinha que o deixar no “hotel” por umas semanas. A moça ficou surpresa, quando a vê chegar também com um enorme saco levado meio arrastado pelo chão. Antes de voltar a sair, a velha senhora, precisava de deixar todas as instruções necessárias para o bem estar do seu animal. É, então, que começa a tirar uma parafernália de apetrechos, roupas e camas. Sim, porque havia uma cama para os dias frios e outra para os dias quentes; todos os objectos necessários à higiene de um cão e um verdadeiro guarda-roupa digno de uma estrela de Hollywood: casaquinhas para todas as ocasiões __ muito frio, frio, chuva e calor.

(Imagem retirada da NET)

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Sem dúvida de que devemos cuidar dos nossos animais, dar-lhes carinho, mimá-los. Mas, um casaquinho de Verão, mesmo sendo ele o principal, se não o único, verdadeiro companheiro da sua dona já velhota...
E que dizer de um carrinho de bebé com cobertinhas e tudo?!... Somos as primeiras a gostar de animais, mas causa alguma estranheza...
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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

TRADIÇÃO, PRECONCEITO E RETICÊNCIAS...

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“CASAMENTO” entre homossexuais,
quer sejam homens ou mulheres?!...
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Preconceitos... Será que os tenho?... Penso que não terei.



Então, porque é que me ficou colada à retina a imagem das duas mulheres vestidas de noiva, véu e grinalda, suponho que junto ao altar?!... O que me fez sentir estranha, essa imagem, no pequeno ecrã?

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Porque não se há-de assumir a homossexualidade se se é homossexual? Porque é que os homossexuais não hão-de ter os mesmos direitos civis que os casais heterossexuais?!... Porque é que não podem ter à sua guarda crianças que podem ajudar a criar “dentro da moral e dos bons costumes”?
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Que milhões de homossexuais acompanhem milhões de crianças que, por esse mundo fora, precisam mais do que “da moral e dos bons costumes”... Precisam, também, de um lar, de quem os apoie e ajude a crescer. Precisam de quem lhes mate as fomes de comida, carinho, felicidade e realização como seres humanos...
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Os padrões não têm que ser os que a Tradição ditar.

Mas... “CASAMENTO”... Dois vestidos brancos e longos junto ao altar... Dois “smokings” e “papillons” ?!… Um altar numa igreja...


Sem dúvida de que, a Tradição deixa as suas marcas e nos faz baralhar as ideias. E a tal imagem que me ficou gravada?!... Porquê?



(Imagens da NET)




quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

ACTO DE CONTRIÇÃO

(Veneno de cobra - Imagem retirada da NET)

CASCAVEL - MIOTOXINAS e NEUROTOXINAS

Alguém sussurrou, quando leu a mensagem que lhe escrevi:__”Como é possível mentir tão bem!...”
Não era, de todo, mentira. Mas, deixem-me ser “mentirosa”, quando, com isso, fizer alguém feliz. É que, também isso, eu aprendi.

Só não quero ser venenosa. Destilar o meu veneno. Devo confessar que já engoli algumas dessas gotas. Não morri; mas fiquei asfixiada.

É reconhecido que o sal e a pimenta tornam a vida mais gostosa. Menos insípida. Pode ser que, também as nossas gotas, não façam grande mossa. E que, sejam só gotas que se escapam e afagam os nossos “egos”, sejamos nós homens ou mulheres.

Será que existe antídoto? Às vezes, para que é que a gente o quer?!... Nem nós nos lembramos disso... apesar das cócegas na consciência.

E isto que faço, será que é um acto de contrição? Ou será que se passa como no confessionário onde, por confessarmos os nossos pecados, ficamos absolvidos, com o nosso cadastro limpo e pronto para mais outros pecaditos, falhas aceitáveis ou grandes faltas...

__”É que a serpente já vem do tempo do Adão e da Eva...” E louvado seja Deus, mas, do que uma pessoa não se lembra, só para se desculpar da má língua...
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"VIVER..." __ OSCAR WILDE

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"Viver é a coisa mais rara do Mundo.
A maioria das pessoas apenas existe!"
Oscar Wilde
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Pergunto: __ "Será que é isso que acontece connosco?"
No que me toca, às vezes, penso que sim.




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Oscar Wilde ( Dublin, 1854 / Paris, 1900) foi um escritor irlandês.


No seu único romance, O "Retrato de Dorian Gray", considerado por críticos como obra-prima da literatura inglesa, Oscar Wilde trata da arte, da vaidade e das manipulações humanas.
Para além disso, Oscar Wilde destacou-se em muitas formas de escrita: 
Em várias das suas novelas como, por exemplo, "O Fantasma de Canterville", Wilde critica o patriotismo da sociedade.
Nos seus contos infantis preocupou-se em deixar lições de moral através do uso de línguagem simples. O "Filho da Estrela", é exemplo disso.
No teatro, escreveu nove dramas, muitos ainda encenados até hoje.
Wilde destacou-se como poeta, principalmente na juventude. "Rosa Mystica", "Flores de Ouro" são alguns dos trabalhos conhecidos neste campo.
Wilde foi um mestre em criar frases, marcadas por ironia, sarcasmo e cinismo.




Nesta frase, sinto que Oscar Wilde não foi nem cínico, nem sarcástico ou muito menos irónico... sinto na pele que, às vezes, faço mesmo isso __ apenas existo.


(Imagens e informações retirados da NET)


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ACTIVIDADE SÍSMICA

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(Sismógrafo - Imagem retirada da NET)
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Hoje de madrugada a terra tremeu. Magnitude 6 na Escala de Richter. Epicentro a 100Km do Cabo de S. Vicente no Algarve e a 250 Km de Lisboa.
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Alguma apreensão, o aprofundar de algumas fendas no chão e nas paredes, mas tudo não passou de um susto.
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De notar que, até mesmo um terramoto de 6,1 a 6,9 na Escala de Richter, pode ser devastador numa zona de 100Km, e que os sismos podem ter efeitos terríveis para as populações e para a Natureza.


Este episódio de hoje fez-me lembrar uma situação engraçada de quando dava aulas.
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(NET)
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PLANO DE AULA: ACTIVIDADE SÍSMICA; FORMAS DE PREVENÇÃO SÍSMICA; COMO ACTUAR EM CASO DE OCORRÊNCIA DE UM SISMO....

Era uma manhã soalheira. As largas janelas de vidro abertas davam directamente para o pátio onde os pássaros anunciavam os primeiros sinais de dias mais quentes.
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Os acetatos com esquemas e desenhos tinham sido projectados no ecrã da sala. As explicações tinham sido dadas e as dúvidas esclarecidas. Já se tinha discutido onde ficaria quem para se resguardar, se houvesse um tremor de terra... É então que, imperceptivelmente, a secretária da professora começa a abanar. Depois com maior regularidade e intensidade.
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Foram segundos... O mote estava dado. Alunos e professora agachados debaixo das respectivas carteiras. UOPPS!... Todos não... Esquecemo-nos do nosso distraído! O invariavelmente distraído Daniel. Ouve-se alguém dizer: __”O Daniel já está cheio de caliça na cabeça!...”; __”O Daniel está aqui, está a morrer!”
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De facto, era o único aluno que, ainda, permanecia sentado na sua cadeira. Olha em roda e só vê uma ou outra cabeça a espreitar debaixo de uma ou outra carteira. Há risinhos abafados. Só então, também ele, se apressa a meter debaixo da sua mesa tal como tínhamos concluído ser o procedimento mais correcto naquela situação concreta. O “nosso sismo” tinha acabado.
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Pode-se dizer que, sem dúvida, pelo menos desta vez a aula foi divertida. E, o nosso distraído Daniel, vai lembrar-se sempre de que, naquela sala de aula, e quem sabe em sua casa, a mesa pode ser uma defesa contra algum possível desabamento do tecto.
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Estes pequenos nadas lembram-nos como pode ser boa esta nossa profissão. E, de como me diverti tantas vezes, ao longo de todo o tempo que dei aulas.
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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

BLOCOS DE NOTAS - PASSAGEM DO TEMPO

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("Bloco de Notas _ Passagem do tempo"; Malay*/2009).

(Imagem retirada da NET)



Para alguém que folheou o tempo connosco... Alguém que faz parte do nosso tempo passado, do nosso tempo presente e espero que futuro.

Para alguém que tem a coragem de ultrapassar os borrões que, a vida, vai lançando, transformando-os em novos desafios. Alguém que ainda tem muitos blocos para preencher.

__”Para ti!”, ainda não sabes quem... Mas, o teu nome, começa por "A"; "A" de Amizade; "A" de Amiga; "A" de Amanhã... e, Até sempre!..
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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O HIPERREALISMO E NÓS... - PINTURA E ATREVIMENTO

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.(a.d.).
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Pintura hiperrealista, qual fotografia, arruma os objectos, pessoas ou animais. Torna-os em obras de arte que permitem as mais diversas leituras ou nos impõem a sua mensagem. Obras de arte que nos tocam pelo seu realismo, força, subtileza ou crueza na sua representação.
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(Miguel Marazuella)
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(a.d.)
(Imagens retiradas da NET)

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Quando procuramos algo que nos toque, seleccionamos o que poderá estar ao nosso alcance para pintar e tentamos dar a nossa interpretação. Trabalho que já não impressiona pelo seu realismo; que já não engana pelo seu registo fotográfico (o que, em abono da verdade, está completamente fora das nossas possibilidades ainda que com ajuda...). Mas, deixa-nos o gosto da tentativa, do arriscar e do até parecer lembrar aquilo que nós queríamos ter representado....
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("Pão", em execução _ Malay, Dezembro/2009)

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

"O SOL E A LUA" - UMA RECOMPENSA POR SE SER MÃE...

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Estava-se nas vésperas de Natal. Andava preocupado porque ainda não tinha nada para oferecer ao Pai, à Avó... Tratou-se disso. Até que chegou a vez da prenda da Avó. __“Tem que ser uma coisa pintada por mim...”. Desencantaram-se umas tintas e umas pequenas figurinhas de gesso que tinham ficado de outros Natais. Assim ele preparou a prenda da Avó. Depois de tudo resolvido, o rapaz, volta-se para a mãe e diz-lhe: __”... mas, eu, ainda não tenho nada para ti. Não comprei nada.”

A mãe respondeu-lhe, na forma do costume: __”E não quero que compres nada. Já sabes a prenda que eu quero. Quero que trabalhes, te realizes e sejas feliz.” E, o assunto, ficou encerrado.

Na noite de Natal, já na hora de ir deitar, ele aproxima-se da mãe com um pequenino embrulho muito perfeitinho nas mãos, e diz-lhe: __”Toma. É para ti...”

A mãe abriu o embrulho com cuidado, pois parecia frágil. Eram duas figurinhas em gesso cuidadosamente pintadas. Eram um Sol sorridente e uma Lua.

Que mais pode uma mãe desejar de um filho?... Mais do que o Sol que faz brilhar as nossas vidas e a Lua que acalenta os nossos sonhos...

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"A BICICLETA AMARELA" - O FIM DE UMA ILUSÃO...

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(Imagem retirada da NET)

Eram férias de Natal. Os miúdos brincavam na rua. Nesse ano, cada um deles tinha recebido, como prenda de Natal, uma bicicleta. Admiravam as respectivas bicicletas novinhas em folha, quando, a certa altura, se perguntaram quem lhas tinha dado. Os irmãos responderam: __”O meu pai.” ; e, o terceiro miúdo, com a maior das naturalidades :__”O Pai Natal.”

__” O Pai Natal?!...”, perguntou incrédulo, um dos irmãos.
__“ Sim, o Pai Natal.” , reforçou o miúdo.
Os outros dois, que de tontos não tinham nada, olharam para a mãe do orgulhoso detentor da sua bicicleta amarela. Esta fez-lhes um sinal e a conversa ficou por aí.

Tinha chegado a altura. E a culpa era dos pais... Ao longo dos anos, tinham utilizado todos os estratagemas para conseguirem manter a “idade da inocência” do seu filho até ao limite. Mas, agora, já não podiam continuar. Até porque ele já tinha a bicicleta amarela, embora mal chegasse aos pedais!...

Logo que foi oportuno, os pais sentaram-se com ele na sala, junto à lareira. E, conversando, tentaram “desmistificar” o Pai Natal e o Ratinho dos Dentes. À medida que íam falando o pequeno começa a chorar de mansinho, as lágrimas correndo. Quando acabaram e lhe explicaram que o estavam a fazer para que os outros meninos não se rissem dele, o filho pergunta-lhes: __” E, quem bebeu o leite que deixámos na chaminé?... E, as bolachas?... E, o rebuçado desembrulhado?...”; e, continuou: __” E, o ratinho?... Onde estão os meus dentes?... Quando caírem os outros dentes, já não vou ter mais presentes?...”
Tudo lhe foi explicado. Mas, o coração partiu-se, quando ele disse: __” Mas, eu queria tanto continuar a acreditar...”
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