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Ilha do Mussulo, Ilha de Luanda, destinos para o Dia de Natal...
África. Dezembro. O calor aperta. Batinhas brancas e engomadas coladas ao corpo. Meias alvas e engelhadas espreitando de dentro dos sapatos castanhos. Sapatos castanhos dificilmente conseguidos. Estava-se em terra de sandálias abertas e chinela no pé. Mas os sapatos tinham que ser castanhos. Era o tempo de outros tempos. O tempo da Mocidade Portuguesa. Realmente éramos mocidade e éramos portugueses __ mas era o tempo em que os meninos e meninas em África tinham que calçar sapatos castanhos...
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Os primeiros acordes são dados. Cabecitas de todas as cores atentas aos sinais da professora. Umas na fila da frente, as mais altas nas de trás. Finalmente, iríamos ver o resultado de tantas horas de ensaio com uma professora dedicada e paciente.
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Dentro da afinação possível, aquelas vozes ainda juvenis cantavam esta canção da qual só parte recordava. Mas, ainda ouço o som dos ferrinhos que, então, nos acompanhavam e me lembro da vontade do mergulho no mar.
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.(NET)
Eu hei-de dar ao Menino
Eu hei-de dar ao Menino
Uma fitinha pró chapéu;
E ele também me há-de dar
Um lugarzinho no céu..
Eu hei-de dar ao Menino
Uma fitinha pró chapéu;
E ele também me há-de dar
Um lugarzinho no céu..
Olhei para o céu,
Estava estrelado.
Vi o Deus Menino
Em palhas deitado.
Estava estrelado.
Vi o Deus Menino
Em palhas deitado.
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Em palhas deitado,
Em palhas estendido,
Filho duma rosa,
Dum cravo nascido!
Em palhas estendido,
Filho duma rosa,
Dum cravo nascido!
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No seio da Virgem Maria
Encarnou a divina graça;
Entrou e saiu por ela
Como o sol pela vidraça.
Encarnou a divina graça;
Entrou e saiu por ela
Como o sol pela vidraça.
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Arre, burriquito,
Vamos a Belém,
Ver o Deus Menino
Que a Senhora tem;
Que a Senhora tem,
Que a Senhora adora.
Arre, burriquito
Vamos lá embora.
Vamos a Belém,
Ver o Deus Menino
Que a Senhora tem;
Que a Senhora tem,
Que a Senhora adora.
Arre, burriquito
Vamos lá embora.
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(Mussulo - Foto retirada da NET)
1 comentário:
Só que, hoje, para muitos dos meninos e meninas de África não há sapatos de qualquer côr... nem mesmo a castanha.
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