NASCIDOS À BOCA DO FORNO...

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Era uma galinha vermelha, gorda e luzidia. Estava no choco, quando eclodiu o primeiro ovo. A galinha mãe ficou desnorteada e abandonou o ninho. Os outros pintos esperavam, para também eles poderem espreitar o mundo cá fora.

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Ao apercebermo-nos do acontecido, a nossa mãe pegou nos ovos com cuidado e meteu-os numa caixa de cartão. Ligou-se o forno numa temperatura moderada e poisou-se a caixa na porta do forno aberto. Seguiu-se um tempo de espera, ansiedade e excitação. Com a nossa ajuda, os pintos foram saindo da casca dos respectivos ovos para um festival de Baco. Pois a cada um deles esperava-o um pouco de miolo de pão embebido em vinho, “para molhar o bico”.

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Que aconteceu depois? Transformaram-se em bonitos galos e galinhas vermelhos, gordos e luzidios que passaram a fazer parte da nossa “bagagem”. Levámo-los connosco para Lourenço Marques onde estivemos durante um ano. Tivemos que os deixar ficar, quando fomos para Angola, pois não os podíamos levar como é bom de ver!...

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Ficámos com pena... O seu destino permaneceu uma incógnita: __ Foram para uma panela? Morreram de velhos? Uma certeza há porém. Ficaram na nossa memória, pela forma carinhosa e empenhada como foram ajudados a trazer ao mundo pela nossa mãe com a nossa participação.

 

(Imagens retiradas da NET)
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