Retrato de um homem que me deu a mão quando dela precisei, como o faz a todos que com ele convivem.
Encontrei-o esta semana, por acaso. __"Que faz aqui, professor?..."; perguntei. __"Eu vim buscar umas radiografias. Acredite, fico muito mal nestes retratos.", respondeu-me. É por isso que lhe faço aqui uma "radiografia" em que afinal até fica bem, porque este é o seu verdadeiro retrato.
Retrato do homem, do artista, e avô de uma Maria de palmo e meio com caracóis, feminina e maternal. Fantasma que atravessa paredes e portas fechadas, criando nelas o ninho dos seus sonhos. A luz principal, é a que lhe vem de dentro da alma, dessa vontade de vida, alegria, conhecimento e partilha. Aventureiro, generoso, entra sem licença pelas portas dos nossos corações e pelas janelas dos nossos olhos. Todos os que fomos ou somos alunos dele aprendemos que brincar também faz parte da vida de quem gosta da arte das artes.
É um homem que tem uma vida recheada de histórias, de gentes, de vivências, de conhecimentos e aventuras para contar. Conta-os também com a caneta, com os pincéis, com os lápis negros, de cores, com tintas e tudo que manche, tudo que se deixe manchar, com os olhos e o cofiar da barba. A inovação é o seu lema. "Desconstruir", depois de saber "construir".
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