domingo, 28 de agosto de 2011

"FLORES NO VERÃO" - ALTURA / PORTUGAL


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São frágeis, sensíveis. Não abanam a cauda quando chegamos; não latem, não miam ou não piam; não correm a buscar o brinquedo para o trazerem desafiando-nos para a brincadeira; não vêm roçar-se nas nossas pernas em sinal de boas vindas...


Mas esperam por nós... Estendem os seus braços desprovidos de folhas verdes. Estão sequiosas de atenção... Parece que só nós as conhecemos. As flores são poucas e esmaecidas. Esperam pelo anti-fúngico, o remédio contra os pulgões, a reposição do tubo da rega que estava entupido mas, sobretudo, pelo seu alimento _ sais, azoto e todos os constituintes do adubo para plantas que fazem milagres...














... Como recompensa, oferecem-nos as suas flores.

(Altura - Agosto, 2011)


PORTUGAL / ALGARVE - FÉRIAS - ALTURA EM 2011

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(Altura - Agosto, 2011)

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As tão desejadas férias de Verão chegaram. Rumamos para Sul com o espírito leve, descontraído e alegre. Esperam-nos uns dias sem horas, de Sol, de mar, de luz e soltos nos nossos gostos, na areia da praia, na chinela no pé, no livro que aguardava na prateleira e, porque não, nos mergulhos na água?!...


É assim que à medida que o número do conta-quilómetros vai aumentando, aumenta também aquela sensação de conforto com a antecipação dos momentos relaxantes que nos fazem recarregar energias e enxotar os "insectozinhos das preocupações" que teimam em nos atazanar.


Altura vai chegando. __ "Um sonho?!... Uma paixão?!... Ou simples mudança de ritmo e de ares?!..."

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(Praia de Altura - Agosto de 2011)


(No centro da vila - Agosto, 2011)
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terça-feira, 2 de agosto de 2011

PAREDE / CASCAIS - "BALOIÇOS", OS DE ONTÉM E OS DE HOJE





Éramos pequenitos __ 5,6 anos. A casa de um só piso térreo estava envolta por um pequeno paraíso: havia o espaço onde construímos com o nosso pai uma pequena horta com as cenouras que mal deixávamos crescer ou lavar para as poder comer; os limoeiros aos quais subíamos para apanhar os limões que adoçávamos com o açúcar que trazíamos em pacotes de papel pardo que íamos buscar à mercearia do senhor António; o galinheiro onde tínhamos as galinhas que eram parte da família tal como a nossa pequena cadelita...

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Mas... mágica, mágica... era a nossa árvore imensa que chegava ao telhado e foi palco de muita fantasia. Tinha uma copa frondosa com ramos grossos dos quais pendiam duas cordas que suspendiam uma tábua __ era o nosso baloiço!...
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Aqui, os baloiços são diferentes. Servem a miúdos e a graúdos. São estudados, feitos cálculos quanto aos materias adequados, quanto à sua resistência, quanto à mecânica dos equipamentos. São feitos estudos ergonómicos e arquitectónicos... Tudo pensado numa dinâmica urbana. O cinzento, a pedra, a madeira, o metal. O ângulo certo, a altura devida, o número de argolas, as estacas...

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Nestes baloiços não há improvisos. Servem para a pequenada do número 10 do 4º direito e do 5º esquerdo se juntar rodando pelos aparelhos que estão dispersos de forma agradável num parque que se disponibiliza para todos. Sim... porque, durante o fim-de-semana, os pais ou a vizinha do R/C esquerdo que não têm oportunidade de o fazer durante a semana, podem também eles ir praticar alguma actividade física em corridas e flexões para perderem os quilitos acumulados nos almoços de trabalho. Quando a respiração é ajudada pelas agulhas dos pinheiros, o efeito é redobrado.

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.Só há um pequeno senão... Só há uma coisa que não os deixa ser mágicos... Apenas uma pequena diferença... "Não foram feitos aos 5, 6 anos pelo nosso pai com a nossa ajuda para pendurar as duas cordas do ramo da enorme árvore junto à casa e encontrar o ponto certo do equilíbrio da tábua".




(Desenho retirado da NET e fotos do Parque do Junqueiro, Julho 2011)







segunda-feira, 1 de agosto de 2011

"LEILÃO" - JARDIM DO JUNQUEIRO / PAREDE / CASCAIS

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É aqui que faço o meu leilão...
num jardim de excepção?!...




Quem me compra a flor de arbusto que mostra as suas pétalas
a quem olha para elas?




Quem me compra um banco de jardim...
um brinquedo trampolim?




... Um grilo que fala, em noites de Verão,
escondido num buraquinho do chão...




... Um pombo que arrulha em namoro descarado,
passada pesada porque vai carregado?
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Faço leilão daquilo que não é meu... Vendo-o ao desbarato... Encontrei-o... Gostei. Não é o meu jardim, mas é o jardim de alguém... de quem ali vai como eu agora fui. Está aberto a todos. Não precisa ser comprado. Não pode ser leiloado... ele se oferece abrindo as suas flores ao nosso caminho, cedendo assento a quem passa, fazendo ouvir o som dos grilos, o arrulhar dos pombos, os gritos das crianças e as rizadas dos adultos. É um jardim como tantos outros. Este fica no Bairro do Junqueiro.



(Fotos tiradas no Junqueiro em Julho de 2011)

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