quinta-feira, 30 de abril de 2009

NO LITORAL BRASILEIRO - PRAIA DO MURO ALTO - OS ESCULTORES DO RECIFE...

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Nordeste brasileiro. Clima tropical. Temperaturas altas durante todo o ano e... "pancadas" __ chuvas bruscas, fortes e de curta duração...


Recife ... Mais especificamente, Praia do Muro Alto...




Porquê "Recife"? Porque a praia de areia é limitada por uma barreira de coral fossilizado que segue ao longo de todo o litoral. Barreira de "arrecifes", como os brasileiros lhe chamam, e, em bom Português.

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É uma barreira rendilhada que, na maré vaza, forma as famosas "piscinas" naturais.
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E quem são os responsáveis?... Aqui estão os vestígios dos escavadores da rocha de coral... Os ouriços-do-mar.
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Se olharmos com atenção, à medida que vamos caminhando, na zona de limite da maré vaza, vemos inúmeros pequenos espinhos escuros misturados com a areia, bem como fragmentos dos esqueletos deste pequenos e persistentes escavadores que conseguem fazer uma verdadeira obra de escultura que acompanha a costa por quilómetros e quilómetros a perder de vista...






O mar vai e vem. As ondas rolam. Os corpos sem vida sobem e descem ao ritmo das marés. Desgastam-se. Os espinhos soltam-se. A parte orgânica desaparece. Surge, então, um corpo inerte mas novamente belo e delicado. As pequeninas placas calcárias alinham-se geometricamente. Conseguem-se distinguir as zonas onde se ligavam os espinhos, daquelas de onde saíam os pés ambulacrários __ delicadas e finas estruturas compridas e flexíveis, que, com as suas pequeninas ventosas, os ajudam a deslocar enquanto vivos...
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Os espinhos, para além de lhes servirem como meio de defesa, têm uma forma engenhosa e interessante que permite aos ouriços fixarem-se às paredes dos buracos que, estes pequenos construtores "esburacadores", abrem e nos quais se instalam... Os espinhos, como se articulam na base, tomam as posições que facilitam o encaixe no interior dos buracos em que os animais se encontram impedindo-os de serem arrastados com a corrente...





Como esculpem a rocha estes pequenos personagens?
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Libertam um suco de composição ácida que vai desgastando quimicamente a rocha calcária formada pelo coral... É uma luta química entre persistentes "arquitectos" __ os implacáveis ouriços-do-mar que escavam aqueles maciços de rocha "construída" há milhões de anos, pelos corpos dos minúsculos corais, num mar, possivelmente, mais quente e transparente, que terá existido em todo o litoral naquela zona apetecível do Brasil. Zona essa que faz parte do Nordeste, onde se encontra o Recife...
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Morrem... E, os corpos ficam por decompor ao abandono na areia molhada, ainda por bastante tempo. Permanecem escudos com um grande número de espinhos agarrados...

Na maré vaza, descobrimo-los, submersos nas zonas em que a água ficou retida, encaixados nos buracos que, entretanto, foram abrindo. Estão voltados para a zona de mar aberto, possivelmente para poderem apanhar, com mais facilidade, pequenas algas das quais se alimentam...

Quem são os responsáveis por estes rendilhados na rocha? A água do mar?... O vento?... Ou estes pequenos seres couraçados?... Terá sido, certamente, um esforço conjugado de todos estes elementos que, ao longo de milhares (milhões?...) de anos, levou a que este litoral se tornasse tão característico.


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segunda-feira, 27 de abril de 2009

DIREITOS DOS ANIMAIS - O BEM E O MAL QUE O HOMEM LHES FAZ

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"Os animais como o Homem demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento."
Charles Darwin



Para contrapor a alegria e o carinho com que é tratado, o delicioso porquinho do vídeo que passo em baixo, resolvi ir buscar fotografias sobre os maus tratos a animais. Recorri ao GOOGLE e encontrei fotos e vídeos de uma crueldade tal que fiquei horrorizada. Por isso desisti de as pôr aqui, e limitei-me às fotografias que se seguem:




Já de si são bem terríveis estas fotografias, posso no entanto considerá-las apesar de tudo um pouco menos cruéis do que as que encontrei. É difícil imaginar-se a enormidade daquilo que se faz neste nosso mundo e nos tempos de hoje, século XXI...




Não fora o sofrimento e "humilhação" dos pobres porcos, e, estas duas situações até seriam caricatas... Aqui, os maus tratos serão infligidos por ignorância, carências económicas e falta de sensibilidade. Porém, outras há que são extremamente desumanas, verdadeiramente monstruosas... E, os animais, não se podem defender!... É assim que: "O Homem tem feito na Terra um inferno para os animais.", segundo Arthur Schopenhauer.

Por isso esperemos que Leonardo da Vince tenha razão ao dizer: "Chegará o dia em que o Homem conhecerá o íntimo de um animal. E, nesse dia, todo o crime contra um animal será um crime contra a humanidade." E que, esse dia, não venha tão longe assim. 





Sem dúvida que, "não é mais do que um porco", o nosso delicioso porquinho... Mas, já Lamartine dizia e com razão: "Entre a brutalidade para com o animal e a crueldade para com o Homem, há uma só diferença: a vítima." 





quinta-feira, 23 de abril de 2009

O QUE PENSA O NOSSO CÃO... (CARTA ABERTA)

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Quando chegamos a casa e somos recebidos pela alegria do nosso cão, só pode ser isto que ele está a pensar...
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A todos os cães __ aos mais e aos menos afortunados!...
E, já agora, aos seus donos!...
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Não penses que sou interesseiro...
Só que quero mimo, mimo e mais mimo!

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"Eu sou aquele que te espera.

O teu carro tem um som especial e eu posso reconhecê-lo entre mil.

Os teus passos têm um timbre de magia, eles são música para meus ouvidos.

A tua voz é o sinal maior do meu momento feliz. E às vezes TU nem precisas falar...

Eu ouço a tua tristeza, eu sinto a tua alegria. Como isso me faz feliz!

Eu não sei o que é cheiro bom ou mau. Só sei que o teu cheiro é o melhor.

De algumas presenças eu gosto. De outras, não! Mas a tua presença é a que movimenta os meus sentidos.

Tu acordado me despertas. Dormindo és meu Deus em repouso. E eu velo teu sono.

Teu olhar é um raio de luz quando percebo teu despertar.

As tuas mãos sobre mim têm a leveza da Paz.

E, quando TU sais, tudo é vazio outra vez...

Eu volto a esperar sempre e sempre.

Pelo som do teu carro.

Pelo teus passos, pela tua voz.

Pelo teu estado às vezes inconstante de humor.

Pelo teu cheiro.

Pelo teu sono sob minha vigília.

Pelo teu olhar, pelas tuas mãos.

Eu sou feliz assim... EU SOU TEU CÃO."
(NET _ A.C.)
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Se não for isto que tu pensas, companheiro, deverá ser algo parecido.
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Querido cão:
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Também eu antevejo a alegria de te reencontrar quando chego a casa, ou de te ver de manhã quando nos dás os bons-dias. Adoro quando te vens encostar à minha perna para sentires o meu calor; quando com a pata ou ao pores o teu focinho no meu joelho ou no braço da cadeira, pedes festas, semisserrando os olhos em perfeito êxtase de prazer; quado nos desafias para jogar futebol de bola na boca, aos pulos e em ar de desafio; quando...
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És chato quando insistes em te embrulhar nos nossos pés enquanto andamos; quando nos dás banho de saliva e à nossa roupa; quando... Mas quando não o fazes, por não te sentires bem, fazem-nos falta essas "chatisses".
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Acima de tudo, és a nossa companhia quando estamos mais sós, e até porque não um nosso "confidente"... Será que há telepatia?
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Sem ti a casa é mais fria...
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É por isso que, este "post", constitui uma pequena homenagem ao prazer que nos dá a vossa amizade e dedicação, sejam vocês cães, gatos, porcos, pássaros ou, quem sabe, muitos outros bichos...
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domingo, 19 de abril de 2009

CAVALO-MARINHO - ESSE ESTRANHO PEIXE

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Delicado, frágil e majestoso, o pequeno peixe não nos deixa de maravilhar com o seu aspecto tão fantástico que o torna tão diferente de todos os outros indivíduos da sua Classe, os peixes. A sua aparente imobilidade, faz-nos pensar que se trata de um animal pouco activo. No entanto, é um engano. O cavalo-marinho, alimenta-se constante e vorazmente, de preferência, de pequenos crustáceos vivos, sugando-os ao longo do seu focinho em forma de tubo. Por norma , os cavalos-marinhos, deslocam-se com o corpo em posição vertical e a cabeça à frente, fazendo vibrar a barbatana dorsal. A cauda longa e preensil, permite-lhes agarrarem-se a plantas submersas enquanto se alimentam.


(NET)

Têm uma forma de reprodução muita estranha. São os machos que ficam “grávidos”, mantendo os filhotes numa bolsa incubadora no ventre. Depois de um ritual de corte e acasalamento elaborado em que os parceiros se prendem um ao outro pelas caudas, a fêmea deposita os óvulos na bolsa incubadora onde vão ser fecundados. Os ovos permanecem aí até à eclosão (saída do ovo), ao fim de alguns dias ou semanas, o que varia com a espécie em causa. Depois, o macho liberta centenas de filhotes iguais ao adulto, só que em miniatura.


(NET)

(NET)

A este pequeno animal também se lhe dá o nome de “Camaleão do Mar”, porque, tal como o camaleão, pode apresentar várias cores __ avermelhada, amarelada, alaranjada, cinza, castanho... Enfim, todo o tipo de cores que lhe permite camuflar-se no meio em que se encontra __ como as algas, corais ramificados, esponjas ou a vegetação dos mangais.


(NET)
(NET)

Hoje, a grande dificuldade em encontrar cavalos-marinhos no seu habitat não se deve apenas ao seu poder de camuflagem. A densidade populacional das espécies já é baixa em muitos locais, devido à captura excessiva e à destruição dos ambientes naturais das zonas costeiras __ como a que resulta do corte de vegetação nos mangais, da descarga de poluentes em estuários e áreas próximas de recifes e, no Brasil, da ocupação desordenada de todo o litoral brasileiro.

Cabe às gerações de hoje, tomar as medidas que possibilitem às crianças das próximas gerações saberem que os cavalos-marinhos não são criaturas fantásticas e imaginárias que apenas se encontram em arquivo de computador ou num qualquer livro velho de Biologia ou sobre a vida animal existente no início do séc. XXI... Mas que, o cavalo-marinho, é um animal que faz parte da fauna do tempo deles.



(Informações retiradas da NET) 


sexta-feira, 17 de abril de 2009

CAVALO-MARINHO __ GANHARÁ A CORRIDA?

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(NET)
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Chegados à Praia de Maracaípe, segue-se a pé até ao Pontal de Maracaípe onde o rio encontra o mar.
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O calor aperta mas, ali, onde a aragem branda do mar se faz sentir, tem-se uma agradável sensação de frescura. O ar é pesado, mas a vista larga é belíssima. O silêncio do ar denso é quebrado pela voz longínqua e abafada dos jangadeiros e alguns bugueiros, que discutem os resultados do jogo de bola do dia anterior.
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Uma corrida pela areia quente, e, está-se à borda de água...


O nosso objectivo? Embarcar numa das várias jangadas que, suavemente, se vão deslocando, impulsionadas pela vara do jangadeiro, que a vai enfiando no fundo raso do rio, empurrando-a, assim, em direcção ao mangal que fica, um pouco acima, no rio.


A sensação de paz, de tranquilidade, é absoluta. Agora, só se ouve o mergulhar da vara na água. Tudo o resto é silêncio. Um silêncio pesado e extremamente agradável, acompanhado de uma paisagem paradisíaca.



Vamos avançando em direcção ao mangal. Estamos todos calados, ou falamos em surdina, enquanto o jangadeiro procura vislumbrar algum cavalo-marinho dentro daquela água escura.
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A certa altura, pega nos óculos de mergulho, sai da jangada e espreita através deles para dentro de água. Encontrou o que procurávamos __ um cavalo-marinho. Mantem-no, com cuidado, sobre as mãos abertas. Todos espreitámos. Foi devolvido, cuidadosamente, ao local em que estava. Possivelmente, ir-se-ia esconder entre as raizes do mangue com as quais se confunde

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Seguimos mais para dentro do rio. Voltámos a parar. Novo cavalo-marinho...
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Desta vez, foi metido num frasco transparente. Pudemos ver o movimento rápido e delicado da sua barbatana dorsal. Tão fina, que parecia quase transparente. O animal procurava equilibrar-se naquele espaço tão limitado.
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De novo, voltámos a devolvê-lo à água.
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Este local era suposto ser uma reserva no mangue de cavalos-marinhos (o Projecto Hippocampus). No entanto, tal como nós o fizemos, uma infinidade de gente ali se desloca para ver os cavalos-marinhos.

A pergunta é __ Até quando haverá cavalos-marinhos se continuarem sujeitos a esta pressão?

O objectivo desta reserva é preservar o cavalo-marinho, dando a conhecer, aos visitantes, um pouco mais sobre estes animais no seu próprio habitat. Mas, se o Projecto Hippocampus for só isto, então, o cavalo-marinho, corre sério risco de perder a corrida.
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quinta-feira, 16 de abril de 2009

MATA ATLÂNTICA - REDUTO DE BIODIVERSIDADE

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Mata Atlântica. Espaço onde a Natureza pôs à prova toda a sua capacidade de imaginação.

Plantas, animais , água, calor, tudo se conjuga numa harmonia da diversidade que nos regala a vista, o ouvido e, o corpo, com o seu calor húmido que se cola à pele.
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MAS EIS QUE URGE SOCORRÊ-LA, ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS!...
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A Mata Atlântica abrangia integralmente ou parcialmente mais de 3.000 municípios em atuais 17 estados brasileiros: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo, atualmente, a Mata Atlântica está reduzida a 7,84% de sua área, com cerca de 102.000 km é o segundo ecossistema mais ameaçado de extinção do mundo, perdendo apenas para as quase extintas florestas da ilha de Madagascar na costa da África.


Abriga mais de 20 mil espécies de plantas, das quais 8 mil são endêmicas, ou seja, espécies que não existem em nenhum outro lugar do Planeta. É a floresta mais rica do mundo em  de
árvores. No sul da Bahia, foram identificadas 454 espécies distintas em um só hectare.

A Floresta Atlântica é o segundo conjunto de matas especialmente expressivas na América do Sul, perdendo apenas para a Floresta Amazônica, a maior do planeta. Denominada de Floresta Pluvial Atlântica, está localizada na Serra do Mar, que faz parte do Domínio Florestal Tropical Atlântico.  




A Floresta Atlântica estende-se ao  longo das montanhas e das encostas voltadas para o mar, bem como na planície costeira. Ela deve sua existência à elevada humidade atmosférica trazida pelos ventos marítimos.




É uma floresta de grande diversidade vegetal, com muitas samambaias, inclusive as arborescentes, além de orquídeas terrestres e palmeiras, entre as quais se encontra a Euterpes edulis, com cerca de 10 metros de altura e de cujo tronco se extrai o palmito.
Além dos tapetes de musgos e inúmeros fungos, a Floresta Atlântica é muito rica em lianas e epífitas, entre as quais as samambaias, orquídeas e bromélias. Estas últimas, com suas folhas dispostas em roseta, retêm sempre uma certa quantidade de água, condicionando um habitat propício ao desenvolvimento de uma fauna particular, como por exemplo, a de larvas e adultos de várias espécies de artrópodes e de sapos.

 
De um modo geral, a fauna nesta  floresta é predominantemente ombrófila, isto é adaptada à sombra e é pouco tolerante às variações de humidade, temperatura e insolação. Como consequência directa ou indirecta do desbaste das matas, muitas espécies têm sido atingidas.
Além da fauna terrestre, a Mata Atlântica tem também uma rica fauna de peixes que habitam os pequenos riachos que serpenteiam nas áreas florestadas. Muitos destes, peixes orientam-se pela visão para localizar alimento ou parceiros reprodutivos, bem como para seus comportamentos sociais, e são incapazes de sobreviver em águas turvas ou claras, sujeitas à luminosidade intensa, quando ocorre a remoção da floresta.
A manutenção de temperaturas amenas nos riachos e no solo só é possível graças à intensa cobertura vegetal.





O clima na Mata Atlântica é essencialmente tropical, com variações de acordo com a latitude. A Mata Atlântica também pode ser chamada de costeira, pois acompanha o conjunto de serras (Mar, Mantiqueira) localizadas ao longo do litoral. É muito húmida graças aos ventos carregados de vapor de água que sopram do mar (devido às correntes marítimas quentes). O ar ao subir, esfria e condensa-se, provocando as elevadas precipitações, sob a forma de chuva ou nevoeiro. Em consequência do predomínio da decomposição química do material rochoso, os solos são profundos e argilosos. Ao decompor-se pela acção de microorganismos, a mistura de restos de animais e vegetais transforma-se em húmus, que se incorpora ao solo e forma uma cobertura capaz de alimentar bilhões de plantas.



( Informações e fotografias retiradas da NET )
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terça-feira, 14 de abril de 2009

TERRAS DE SANTA CRUZ - TERRAS ABENÇOADAS POR DEUS

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Nordeste brasileiro...


 

Aqui, Deus poisou o dedo e o Homem ajudou.

Se fecharmos um pouco os olhos e nos abstrairmos do resto... parece-nos termos chegado ao Paraíso...

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PONTAL DE MARACAÍPE

PONTAL DE MARACAÍPE

PONTAL DE MARACAÍPE


PRAIA DOS CARNEIROS

PRAIA DOS CARNEIROS


FOZ DO RIO FORMOSO - IGREJA QUINHENTISTA. IGREJA DE S. BENEDITO

MANGAL NO RIO FORMOSO
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O problema está na pressão humana e na pobreza extrema de grande parte da população; na Mata Atlântica que ficou reduzida a quase nada...
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Porquê? Porque ficou tão rarefeita a Mata Atlântica? Porque junto ao mar nasceu um coqueiral contínuo e organizado, enquanto que, mais dentro, a cana-de-açúcar, invadiu tudo quanto é vale ou cabeço. __ Uma nova fonte de energia.
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E, a biodiversidade?
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Os solos começam a ficar esgotados de matéria orgânica que não é reposta.
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Os declives estão sulcados por regos mais ou menos profundos, abertos pelas fortes "pancadas" (chuvadas bruscas) que vão caindo por períodos curtos, mas com abundância e força, rasgando caminho por aqueles solos que, facilmente, se degradam nos locais em que não há raízes mais profundas do que a dos caniços ou dos coqueiros que fragilmente se agarram ao solo.
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É urgente repensar a situação. Se não, num futuro não tão longínquo quanto isso, corre-se o risco de ver transformar o Paraíso num Inferno...



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BRASIL / PERNAMBUCO - CANA-DE-AÇÚCAR, UM PAU DE DOIS BICOS

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                                  PERNAMBUCO - A CAMINHO DE RECIFE - CANA-DE-AÇÚCAR



Choveu. Com mais ou menos solavancos, a carrinha vai cortando a estrada. A Terra está molhada.

As plantas verdes cobrem vastas extensões de vales e colinas. É bonito de se ver. Mas, ao olharmos com mais atenção, nalgumas zonas, vemos aquela camada de solo extremamente fina e mais escura, cobrindo outros estratos claros e pobres em nutrientes. Enquanto que, em alguns outros lugares, os solos ricos em húmus, estão também invadidos por aqueles exércitos de canas.

Choveu. Os sulcos que se podem ver um pouco por todos os declives, mostram a terra fendida, mostram regos mais ou menos profundos. As terras são arrastadas. As pequenas raízes das canas já não as fixam.
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PERNAMBUCO - A CAMINHO DE RECIFE- CANA-DE-AÇÚCAR

PERNAMBUCO - A CAMINHO DE RECIFE - CANA-DE-AÇÚCAR

PERNAMBUCO - A CAMINHO DE RECIFE - CANA-DE-AÇÚCAR
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Apenas se vislumbram algumas bolsas de Mata Atlântica ao longo do caminho. A Mata Atlântica, que outrora cobria vastas áreas daquela zona do Nordeste, foi desbastada para dar lugar a coqueiros alinhados junto às praias espreitando o mar, e, àquelas imensidões de vales e colinas de cana-do-açúcar. Hoje, a Mata Atlântica, está reduzida a pequenas manchas.
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PERNAMBUCO - A CAMINHO DE PORTO DE GALINHAS - COQUEIRAL

PERNAMBUCO - A CAMINHO DE PORTO DE GALINHAS - COQUEIRAL

PERNAMBUCO - A CAMINHO DE PORTO DE GALINHAS - MATA ATLÂNTICA

PERNAMBUCO - A CAMINHO DE PORTO DE GALINHAS

PERNAMBUCO - A CAMINHO DE PORTO DE GALINHAS

Porquê, a cana-de-açúcar, numa quase monocultura?


PERNAMBUCO - A CAMINHO DE RECIFE - CANA-DE-AÇÚCAR
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O Mundo atravessa uma crise energética. É preciso arranjar novas fontes de energia. A cana permite obter o álcool para produzir o biodisel. A cana é uma alternativa. Uma alternativa ao petróleo. Mas... a custo de quê?
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PERNAMBUCO - A CAMINHO DE RECIFE - CANA-DE-AÇÚCAR
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A custo da biodiversidade que aparece na Mata Atlântica, em que proliferam uma grande variedade de plantas: rasteiras, arbustivas, árvores, lianas... E... qu’é da bicharada? Qu'é daquela fauna variada e abundante? Qu’é dos animais que pululam num meio variado de plantas, como é o caso dos pássaros, répteis, insectos, pequenos mamíferos... Qu’é da Mata Atlântica?


PERNAMBUCO - A CAMINHO DE RECIFE - CANA-DE-AÇÚCAR



Mais tarde ou mais cedo , a desertificação dos solos será uma realidade. Vão ficando vazios de alimento porque a matéria orgânica não é reposta...Os rasgões, vão-se abrindo, naqueles solos... Vão-se aprofundando, vão-se alargando... Vai-se cavando fundo a hipoteca do futuro!...