quarta-feira, 28 de abril de 2010

LUA CHEIA

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(Foto retirada da NET)
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Cresceram. Já estão mais altos do que nós. Vêm ter connosco... Põem-nos os braços por cima dos ombros, "arrastam-nos" para fora de casa e dizem-nos: __" Vem ver a Lua. Olha bem para ela. Vê como está redonda. Sabes que de Sintra a vimos com um halo luminoso à volta? Bem redondinho, um círculo perfeito... Daqui não se vê. Deve ser por causa das luzes."
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Os barulhos da noite fazem-se sentir. E é então que pensamos: __" Se calhar não fizemos tudo errado!"
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terça-feira, 27 de abril de 2010

CACHORRO FAMINTO

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Mark Twain, esse génio da literatura americana, disse: "Se recolheres um cachorro faminto e lhe deres conforto ele não te morderá. Eis a diferença entre o cachorro e o homem." Sem dúvida, poderia ser céptico e mesmo irónico quanto à sua visão do mundo, mas talvez tivesse razão em relação a muitas situações...





domingo, 25 de abril de 2010

"ENCRUZILHADA" - TRABALHO EM EXECUÇÃO

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"Ficelles", do hiperrealista Nicola Maniu (1987)
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"Ficelles" - "Cordéis", "fios", "atilhos", "barbantes". Tão simples como isto. A leitura do quadro fica para o espectador. O cartão rasgado, os registos, os carimbos ficam por "trás" e podem dar-nos algumas pistas. Mas até talvez possam ser mesmo só cordéis...
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De qualquer forma, adorei este trabalho, pela sua simplicidade.
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"Encruzilhada das nossas viagens" - (em execução)
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Tentei basear-me no trabalho de Nicola Maniu, para fazer algo que se lhe assemelhasse... dando-lhe a minha interpretação. É, então, que as coisas se complicam. A simplicidade acabou-se. O quadro começa a contar histórias.
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Já "viajámos" no espaço, na alma, na amizade, no tempo, no absurdo e na partilha de quem por ele foi deixando a sua marca...
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É um quadro que vai saindo da tela rasgado, riscado, amarfanhado... Foi olhado com algum cepticismo, com desalento, com incentivo, com "solidariedade", com sentido crítico e despertou opiniões bem contraditórias. Só por isso, já está a valer a sua viagem atribulada. Uma viagem acompanhada por quem nos orienta o pincel e nos convida a arriscar ou quem nos diz "não gosto" porque, com a sua sinceridade, nos deseja uma boa chegada ao destino final.
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Tudo isto por causa de um bocado de cartão rubricado, carimbado, manchado com humidade, mal envolvido em cordéis. Numa viagem que continuo a não conseguir fazer completamente sozinha... Mas talvez, até por isso, aí esteja muito do seu encanto.
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Talvez a C. tenha razão, quando diz: __" Eu olho e só vejo: "VIAGEM"; vá lá, "AS NOSSAS VIAGENS"."
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__" É isso, "VIAGENS"!..." (E o que cabe em "viagens"!...) A leitura fica ao critério de quem vê. Agora, só resta tentar chegar ao fim.
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sábado, 24 de abril de 2010

"ENCRUZILHADA"

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( "ENCRUZILHADA" - em execução )

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"Caminhos... percorridos,
por ali por aqui.
Acompanhados,
por palavras escritas
entre caminhos sombrios
de destinos abandonados.


Ergo-me perante a manhã
de uma noite que me abandona,
sinto a melodia de um novo dia
sem a certeza de um amanhã.


Abraço a incerteza,
deste novo desafio…
Onde a novidade é sentença
para as palavras cansadas,
abraçadas a um calor que antes era frio.


Percorro como cidadão do mundo
as últimas palavras, em viagens
que não duram mais que um segundo.


Quero mais!!!


Quero a terra molhada nas minhas mãos
quero o ar quente a percorrer a minha pele
o suor a escorrer...
Quero viver sem morrer
entre cansadas ilusões.


Vou partir... pelo mundo fora
entregar e receber a história
de braços abertos... como as palavras
que antes guardava para mim.


Entrego-me ao mundo....
Sem esperar nada em troca
Apenas o mundo de volta."




(Poema retirado da NET e escrito por Poetryflow. Foi um poema que me agradou bastante. Apesar de nostálgico, é um poema bonito e, de certa forma, pode ilustrar o que procuro representar na tela. Os encontros e desencontros, avanços e retrocessos nas viagens que empreendemos todos os dias dentro e fora de nós. "Encruzilhada" é um trabalho baseado num quadro hiperrealista de Nicola Maniu de 1987 e intitulado "Ficelles")
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segunda-feira, 19 de abril de 2010

FLORES DE VERDE RAMO...

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(Cascais - 2010)


(Cascais - 2010)

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"Ai flores, ai flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo!
Ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado!
Ai Deus, e u é?"

(...)

(Excerto de poema do Rei D. Dinis)


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Ai flores de verde ramo, talvez que de meu amado não saibam não...

Mas sabem, com certeza, anunciar a Primavera e a frescura do Verão.

Sabem anunciar-nos a sombra de seus ramos e o prazer do nosso olhar.

E, se outro amigo por perto também não há, elas lá estão para nos poder acompanhar...


(Cascais - 2010) .
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PEDRAS DA CALÇADA

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(Cascais- 2009)

"Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera?"

(Padre António Vieira, 1643)
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(Cascais - 2009)


...E as pedras da calçada?!... Pedras desgastadas pelas pisadas de quem por elas voa em corrida contra o tempo; pedras desgastadas pelas pisadas de quem calca com o peso dos pensamentos e sentimentos soturnos; pedras desgastadas por rodas de bicicleta que rolam ao ritmo da alegria de criança...

...Sim!... e as pedras da calçada que não distinguem lágrimas de tristeza ou de alegria das gotas da água da chuva, e os risos dos lamentos que elas ouvem?!...

...Pedras da calçada?!... Saltam aqui... saltam ali... O tempo deixa a sua marca _ ficam lisas, fendidas e carcomidas. Mas talvez no ar fiquem fragmentos da alma de quem por ali passou, sonhou, rejubilou ou chorou, e, assim, o tempo já só varre alguns dos seus pequenos farrapos ali deixados para trás.
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domingo, 18 de abril de 2010

MEMÓRIAS DE INFÂNCIA - HORROR E FASCÍNIO - LEMBRANÇA DE ESCOLA / "EXPERIÊNCIAS CIÊNTÍFICAS"

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O filho da nossa professora era uma pequena peste, sempre pronto a fazer “maldades”. Isto fazia indignar a maior parte de nós que, na primeira classe, estávamos naquela fase da vida de se ter que saltar um carreiro de formigas só para não matar aquelas que também eram criaturas de Deus...

Um dia, em cima da mesa de jogos do pátio, assistimos impotentes a uma das crueldades daquele pestinha. Com os seus amigos, tinha agarrado uma lagartixa e, com algo cortante que não me lembro o que era, cortou-lhe a cauda. A cauda, já arrancada do corpo, ficou, por uns instantes, a rodopiar sozinha em cima da mesa. Depois tombou...

Mais tarde fiquei a saber que, as lagartixas, regeneram a cauda quando a perdem por qualquer razão e que o movimento rodopiante da cauda se deve a razões naturais do funcionamento do sistema nervoso.

Com muito horror, surpresa e fascínio, terá sido esta "crueldade mágica" uma das minhas primeiras aproximações à Biologia?!... Por princípio, o objectivo da Biologia é bem diferente. É precisamente o contrário. Mas que dizer das experiências feitas com as pequenas cobaias, com macacos, cães, gatos, etc, etc, tudo em nome da evolução da Ciência e aquisição de novos conhecimentos essenciais à melhoria de vida do próprio Homem?
Aquele rapazinho fê-lo ou por simples curiosidade, ou brincadeira, ou maldade... não se sabe. E nalguns laboratórios?!... Será que o sacrifício dos animais é assim tão necessário? Será que há meninos grandes que continuam a ser cruéis pelo simples facto de não serem sensíveis ao sofrimento dos animais? Também não se sabe... E, aqui, quando a necessidade é ultrapassada, fica apenas o horror.





(Imagens retiradas da NET)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

"ENCRUZILHADA" - LEITURA DE UM QUADRO

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( "ENCRUZILHADA" - Trabalho em execução)
(Trabalho baseado num quadro hiperrealista de Nicola Maniu de 1987 e intitulado "Ficelles")

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Como são frágeis as relações humanas, às vezes...

porque nos cruzámos com quem nos cruzámos, passam a fazer parte da nossa vida naquele instante em que se trocaram impressões; naquele instante em que prestámos uma informação; naquele instante em que nos demos um toque porque o espaço era demasiado estreito ou estávamos distraídos...

ou porque nos cruzámos numa festa, em anos de trabalho, na partilha da mesma rua, do mesmo prédio, do mesmo espaço...

só que, quantas vezes, essas relações se desfazem, caiem e soltam-se pela força do esquecimento, do desligar, da inércia, do “não interessa mais” e de tanta outra coisa...

Ficam porém alguns dos nossos percursos em conjunto. Percursos que se tocam porque estávamos lá no mesmo lugar, no mesmo tempo. Estávamos na mesma encruzilhada...
 

As nossas fitas podem estar soltas mas encontram-se em algum lugar.

Sim... O desgaste do tempo é implacável, muitas vezes, mas alguns desses nós persistem, independentemente do percurso de cada um. Quem sabe, até mesmo mais apertados?!...
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segunda-feira, 12 de abril de 2010

O TEMPO PASSA... OS FILHOS CRESCEM E A AMIZADE FICA

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(Postal enviado por uma amiga)



Páginas amarelecidas pelo tempo; corpo bojudo pelo acumulado de fotos, apontamentos, lembranças; guardião silencioso da magia de viver e do correr do tempo... É um dos meus livros de cabeceira.

E o tempo corre lesto... 22 anos... Salta o pequeno burrinho acompanhado de flores e puxado por quem deveria ir sentado na carroça. Ou será que não?!... Inversão de papéis?!... Aceitação do absurdo?!... Novas perspectivas?!... Tudo vale no nosso imaginário. Tudo vale ainda que os dias corram lestos, desde que a amizade se vá arrastando mesmo que devagarinho ao sabor do perfume das flores, acompanhada pelo calor do Sol, ao som de palavras de incentivo e na fidelidade de quem vai crescendo junto no percurso de uma vida.
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segunda-feira, 5 de abril de 2010

AMENDOINHA DA PÁSCOA

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"Se choras por ter perdido o Sol, as lágrimas não te deixarão ver as estrelas."
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(Imagem da NET)


Faz hoje anos, foram-me dados dois presentes: a vida e a minha amendoinha da Páscoa. Mas, apesar disso, muitas vezes, choro porque perco o Sol e, assim, as lágrimas não me deixam ver as estrelas da vida que me foi oferecida. Estrelas que não serão muitas mas são algumas e brilham forte. Estrelas que estão mais ou menos próximas. Estrelas que nos têm ajudado a encontrar o Norte. Estrelas que poderei sempre ver se, por uma vez, secar as lágrimas pelo Sol que não posso ter, e pensar no doce sabor da minha amendoinha e no cintilar das estrelas que nos acompanham no caminho.

Quando assim é, podemos dizer: “Obrigada a quem faz parte do nosso firmamento... Obrigada a quem é uma das suas estrelas.”


O nosso céu pode não estar pejado de estrelas, mas as que lá estão valem por si...