quarta-feira, 22 de outubro de 2008

"A RAPARIGA DO BRINCO DE PÉROLA" DE VERMEER E "A MINHA MENINA"







(A: Malay - "A minha Menina")
(Quadro pintado em 2006)


" A MINHA MENINA"

...anos passados, começo a aprender a pintar com a minha mestra.


Este foi o meu primeiro quadro feito a “sério”... Sempre com o apoio de umas mãos mágicas, aprendi técnicas que desconhecia inteiramente: a reprodução de uma imagem com o processo de quadrícula; a “imprimatura” ; o esbater; os toques de tinta para os brilhos; a espátula... Um mundo novo e tão esperado.




“A Minha Menina” não tem os lábios tão sedutores, nem os olhos tão luminosos, como os da “Gioconda do Norte”. Não tem o contraste luz e sombra tão intenso; e não tem muitas, muitas e muitas outras coisas.



Mas, tem um olhar “vigilante”. É o único quadro que faço questão de só deixar no dia em que “partir”.

Ela segue-nos com o olhar que nos acompanha pela sala. Costumo dizer que: __” Ela, recebe quem chega e acompanha quem fica...” Pode ser que vos possa acompanhar também.



Esta imagem é do filme que, por coincidência, entrou em cartaz precisamente na altura em que terminei este meu trabalho. O filme, "A Rapariga do Brinco de Pérola" cuja fotografia foi da responsabilidade do português Eduardo Serra, foi proposto e/ou ganhou diversos prémios para diversas categorias.

No que respeita à fotografia,  foi proposto nos Estados Unidos, para o Óscar de 2004, na categotia da Melhor Fotografia ; ganhou o Festival Internacional de San Sebastian (Espanha) em 2003; e no Satellite Awards (USA - 2004) foi também indicado nesta área.




Foi dos poucos filmes que vi várias vezes. E, de todas elas, com um olhar diferente. Da primeira vez, estive sobretudo atenta ao enredo da história desenrolada numa atmosfera profundamente sensual. As trocas de olhares; o quase toque das mãos; os lábios carnudos que a moça tentava humedecer, com a língua e os próprios lábios, para que o pintor apanhasse o brilho certo...

Das vezes seguintes, olhei-o como uma sucessiva sequência de quadros qual deles o mais belo. A luz e sombras, as cores pastel e sépia, as cores que as núvens podem ter __ sim, porque não são brancas... Tudo isso podemos encontrar nesta pérola do cinema europeu produzida pelo Reino Unido e o Luxemburgo.






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