terça-feira, 10 de julho de 2012

UMA BARBEARIA À MODA ANTIGA NO CHIADO, EM LISBOA - PORTUGAL






A barbearia Campos é uma barbearia à moda antiga, localizada em pleno Chiado. Inaugurada em 1886, mantem o mobiliário e a fachada. A entrada não engana com a sua  porta de madeira pintada e a tabuleta a dizer ´cabelleireiro´.



Lá dentro podemos ver cinco cadeiras de costas redondas e um balcão estreito com as tigelas e os pincéis da barba; as bacias encastradas para lavar cabeças dispõem-se noutra bancada corrida situada atrás; estão expostos os mais diversos apetrechos que hoje têm apenas um significado histórico e constituem curiosidades que encantam portugueses e estrangeiros que propositadamente ou por acaso lá entram. Destas salienta-se a velha "relíquia" utilizada para passar as toalhas. 



Quando entrámos, dois rapazitos estrangeiros cortavam o cabelo enquanto os respectivos pais aguardavam sentados naquelas cadeiras onde esperaram a sua vez: Ramalho Ortigão, Eça de Queiroz, Vasco Santana, Aquilino Ribeiro, o rei de Itália - Umberto II, e tantas outras personalidades portuguesas e estrangeiras que fizeram parte da história da nossa cidade . Sim, porque isso de se fazer um corte à barbearia Campos não é para todos...




O Chiado é um dos bairros mais emblemáticos e tradicionais da cidade de Lisboa. Localiza-se entre o Bairro Alto e a Baixa Pombalina.

Em 1856, com a criação do Grémio Literário, um clube dos intelectuais da época, o Chiado tornou-se o centro do Romantismo Português, ponto de passagem obrigatório para quem queria ser conhecido na cidade. O escritor Eça de Queiroz na sua obra "Os Maias" fazia grande referência ao Chiado e ao Grémio Literário.

Na década de 1980, devido à mudança nos hábitos dos Lisboetas e à inauguração do centro comercial Amoreiras, o Chiado ficou decadente.

Em 1988, na madrugada do dia 25 de agosto, entre as 3 e as 4 da manhã, deflagrou um incêndio no edifício Grandela, que viria a tomar grandes proporções alastrando-se a mais dezessete edifícios. O Chiado ficou destruído e a sua reconstrução levou toda a década de 1990, ficando o design a cargo do arquiteto Álvaro Siza Vieira.

Hoje, o Chiado voltou a ser um importante centro de comércio de Lisboa, sendo uma das zonas mais cosmopolitas e movimentadas da Capital Portuguesa. Foi isso que encontrámos naquela agradável tarde de Sábado.




(Fotografias tiradas em Julho de 2012 e algumas das informações retiradas da NET)





2 comentários:

M.A. disse...

Há relativamente pouco tempo estive em Grandola e, numa rua por onde passei, fui encontrar uma minúscula barbearia com características de idade idênticas mas com mobiliário de sabor rural. Nem faltava na parede a fotografia emoldurada do antigo dono, senhor de farta bigodaça. O senhor que lá estava tinha já certa idade também e disse-me da sua pena em saber que seria ele o último a usar aquele espaço...M.A.

Clidão disse...

na semana passada eu fui conhecer esta barbearia no chiado, lisboa. se não bastasse toda a sua história de 130 anos, fiquei encantado com o atendimento cordial que recebi e aproveitei é claro, para cortar o cabelo e barba com Felipe. aliás, um jovem profissional com grande experiência. rápido, preciso, simpático, terminou comentando com a minha esposa que foi me encontrar lá. "a senhora pode até não gostar do resultado, mas as portuguesas vão adorar".
eu não me recordo do nome do sócio (4a geração), igualmente muito simpático que no curto espaço que estive lá eu contei uns cinco idiomas que ele "rasgou" com alemães, franceses, italianos, espanhóis e claro, nossa língua da Pátria Mãe.
espero voltar em breve e recomendo a quem estiver em Lisboa, que vá conhecer este local e utilizar seus serviços.
saudações,
Euclides Ferreira - São Paulo Brasil