domingo, 25 de outubro de 2009

QUANDO O MEU DONO SAI

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Duas, três horas...
Hora de almoço.
Chega atrasado e esfomeado.
Come apressado.

Os talheres poisados.
O cheirinho a café...
O guardanapo abandonado na mesa.
Um último golo...
A cadeira, arrasta.

O eco no lajeado da sala.
A cauda abana.
A excitação começa.
O saco do pão para o lanche...
A lavagem dos dentes...

__”Até logo, querida!”
Corrida até à porta...
Anda p’rá frente e p’ra trás.
Faz barreira entre os dois.
O beijo junto à porta que se abre.

A corrida ao portão...
Tudo, agora, esqueceu.
O dono que sai.
A dona que dele se aproximou demais.

Agora, só uma coisa importa.
O fundo da rua,
Para lá ir alçar a pata e fazer xixi...

Olha o dono, uma última vez.
Responde ao chamamento.
Entra em casa.
E, espera o retornar da noite,
Quando o dono voltar.
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