sexta-feira, 2 de setembro de 2011

PORTUGAL / ALGARVE - ALTURA ONTÉM E HOJE - DE QUAL DELAS GOSTO MAIS?

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Gostava do Português com sotaque Alemão do homem grande e solícito que nos vendia os jornais e as revistas de fofoca consumidos durante as férias. Hoje, há vários locais onde comprar jornais e revistas, talvez até mais "sofisticados".
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Gostava de ir buscar aquilo de que precisávamos à drogaria do, então, jovem casal com marcado acento algarvio, despachado e simpático que nos desenrascava com o que dispunham naquele espaço de penumbra, com o seu balcão de madeira corrido e atulhado de tudo quanto pudesse ser útil a casas e quintais __ ( ... até mesmo aquele pedaço de rede de pesca que, naquele dia, fomos buscar ao armazém para eu poder compor os nossos candeeiros juntamente com conchas, esqueletos de caranguejos, búzios e estrelas-do-mar que apanhámos na praia!...) Hoje, já não estão na rua turtuosa e estreita de outrora, estão na rua central, as prateleiras estão organizadas por "temas" e pagamos à saída numa caixa registadora como as dos super-mercados, se bem que continuem a ser o marido, a mulher e, agora, a prima, sempre eficientes, a atender-nos.
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Gostava de ir buscar o pão quente e acabado de fazer... Hoje, também o há. Hoje, são sobretudo, jovens raparigas do Leste que nos procuram atender no Português possível. Agradáveis, sem dúvida, mas, possivelmente, não as tornaremos a ver nas férias seguintes.

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...Temos os Mosqueteiros. Mas o Alisuper fechou...

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... E a senhora que, ao pé de nós, vendia os tomates em caixas onde se baralhavam os pequenos, médios, enormes e retorcidos ou redondinhos... E as cebolas vindas directamente dos produtores da zonas com que nos deliciávamos em saladas e até trazíamos para a zona alfacinha quando subíamos a Lisboa. Hoje, a loja está devoluta. Já temos os tomates normalizados que sabem ao mesmo que na cidade __ nada...
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Hoje, há uma óptica, duas parafarmácias, uma farmácia, uma enorme loja chinesa. Por quanto tempo?... Sim, porque também há as lojas com as vitrines pintadas de branco ou cobertas de jornais.












(Fotos da praia de Altura - Agosto, 2011)

... Muita gente até tarde na praia... Espaços concessionados __ bonitos; arranjados; limpos; organizados. 


Não era também eu que fazia coro da necessidade de promover o turismo em Portugal?


Ainda assim, não deixa de ficar marcada a recordação dos fins de tarde em que para além de nós, das gaivotas e dos pilritos, pouca mais gente passeava, jogava ou simplesmente estava à beira da água.

Se calhar é o simples saudosismo dos anos que passaram; do filho que já cresceu; da pá azul e amarela com que fazíamos as "piscinas" que o mar desmoronava; das baldadas de conquilhas que desenterrávamos pacientemente da areia e levávamos para casa em água do mar para cozinhar ao jantar...

Sim, se calhar é isso mesmo. Os tempos têm que mudar __ e, em muitos aspectos, ainda bem.

Que praia quero?... A que me puder deixar saudades e me leve a dizer que "valeu a pena, vale e oxalá continue a valer".



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