segunda-feira, 6 de julho de 2009

IRONIAS DO DESTINO - ERNEST HEMINGWAY e eu

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ERNEST HEMINGWAY - (NET)


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Hemingway viveu em Cuba onde escreveu contra a guerra, sobre a intolerância dos homens e a sua cegueira por aquilo que, por vezes, consideram os seus ideais.

Aí passou grande parte do seu tempo na “Bodeguita Del Medio”. Uma pequena e obscura tasca, numa das ruas típicas e nostálgicas da Cuba de hoje. Estive lá. Não sabia, então, que ele tinha a mesma doença que eu. Era bipolar.


Ironia do destino, escreveu o livro “Por Quem os Sinos Dobram”. Romance passado durante a Guerra Civil Espanhola. Livro que eu lia enquanto esperava pelo meu filho à porta da Prof.ª Alzira. Cheguei à passagem em que os fascistas eram batidos até à morte, entre duas alas de gente armada de paus que os obrigava a continuar a caminhar entre eles. O que me pôs doente, ou já estaria?!... Não, não foi a violência do acto dos revoltosos que por ventura julgavam fazer justiça que me afectou... Não foi tomar partido pelos fascistas que talvez tivessem infligido semelhante brutalidade se o caso fosse o inverso. O que me fez chorar e ficar doente, foi como reagiram aqueles homens irremediavelmente condenados a uma morte brutal: alguns daqueles homens que foram mortos à paulada rastejaram “duma forma vil” ( talvez aquela com que eu reagiria perante tal situação...), mas houve quem tivesse mantido a galhardia, o aprumo e a dignidade de se manter “de pé” até morrer... E foi isto que me impressionou e me fez fechar o livro.

Pouco mais conhecia deste homem, para além do seu livro que só voltei a reler e a acabar mais tarde quando a  minha crise parecia passada. Fi-lo então
como teste e prova de que tinha readquirido o meu equilíbrio. 

Que mais tenho em comum com este homem, para além da doença?!... O ter estado na "Bodeguita Del Medio" em Havana, cidade que ele adoptou para viver. Num país que provavelmente considerava como um exemplo de defesa das liberdades individuais e igualdade de oportunidades. País bastião do Comunismo, que se encontra junto do colosso que são os USA, qual David e Golias.


No entanto, Cuba era um país que, quando lá estive, controlava a entrada e saída de cidadãos comuns no aeroporto por meio de uns espelhos estrategicamente colocados à frente do balcão onde eram vistoriados os nossos passaportes, por forma a que ninguém se conseguisse escapar, ainda que fosse de gatas... País em que, eu com o meu filho pequeno, não podíamos passar os dois ao mesmo tempo, apesar dele não entender a língua e ser ainda demasiado pequeno para entender o que fazer naquele pequeno corredor bloqueado pela porta fechada... 


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Antes de publicar este "post", fui procurar informação sobre este homem para verificar se podia estar enganada e, manter ou não, as minhas impressões sobre o homem que me atrevia a retratar. Não retiro muito daquilo que escrevi sobre um homem que conhecia apenas pelo livro que li e que, por pura coincidência, era bipolar como eu. Aqui, está a transcrição, do que recolhi, em consulta da NET:


"Ernest Miller Hemingway nasceu em 1899, em Oak Park, Illinois (EUA). Filho de um médico da zona rural, cresceu em contato com um ambiente pobre e rude, que conheceu ao acompanhar o trabalho do pai na região. Esse ambiente foi descrito em seu livro de contos "In Our Time" (1925).


Trabalhando como repórter, Hemingway alista-se no exército italiano em 1916 e é gravemente ferido na frente de batalha. Ao deixar o hospital, passa a trabalhar como correspondente em Paris. Em 1926, publica "O Sol Também Se Levanta", livro que obteria um sucesso surpreendente.


Em 1929, publica "Adeus às Armas", que descreve a experiência militar do seu autor em Itália.


Vai para Espanha, onde escreve "Morte à Tarde" (1932), sobre as touradas; faz caçadas na África Central, que relata em "As Verdes Colinas da África" (1935); participa da Guerra Civil Espanhola e escreve "Por Quem os Sinos Dobram" (1940); das suas experiências como pescador em Cuba, surge "O Velho e o Mar" (1952), livro que lhe rendeu o Prêmio Pulitzer.


Vencedor do Nobel de Literatura (1954), Hemingway suicidou-se em sua casa de Ketchum, em Idaho (EUA), em 1961."


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