segunda-feira, 6 de julho de 2009

CHURCHILL

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CHURCHILL




Foi um dos responsáveis pelo "Dia D". Digo, foi “um dos...”, porque ele não fez nada sozinho. Ele, foi o estratega que, da sua cama, do seu quarto, e fumando o seu charuto, orientou de forma genial aqueles que, como ele, são dignos de memória. Todos os que lutaram e fizeram a invasão da Normandia, quer tenham morrido ou não na batalha.

Ele, trabalhava na cama, horas infindas, para poder aguentar a pressão da responsabilidade e a enormidade da tarefa que História lhe impôs. Até porque era bipolar e, isso, pode limitar-nos em algumas das nossas capacidades... Ainda que, como ele, se tenha que ficar na cama, a comandar as tropas...


Como eu estava enganada, quanto à verdadeira razão de se manter na cama durante a guerra... É o que acontece, quando, não conhecemos, as verdadeiras motivações das coisas... Tudo o resto permanece verdade. Até a de que, também ele, era bipolar...




"WINNIE ESTÁ DE VOLTA:

Churchill e o Dia-D.
A Inglaterra declara guerra à Alemanha, dois dias depois da invasão da Polônia. Chamberlain capitula, convoca Churchill para ocupar o seu velho posto à frente do Almirantado. A marujada vibra: "Winnie está de volta !". O ânimo do país volta a esquentar, grande repercussão internacional, congratulações da Casa Branca com a assinatura de "um homem do mar" __ Franklin Roosevelt. Ponto de encontro de vidas paralelas, costura-se a parceria decisiva.
O moral elevado da Marinha não afeta a "guerra sentada" que se trava na frente francesa.
Abril de 1940, os aliados não conseguem evitar a invasão da Dinamarca e da Noruega que controlam a saída da frota alemã pelo Báltico. Fracassam duas expedições anfíbias inglesas em Narvik e Trondheim, o fantasma de Galllipoli reaparece no Parlamento, desta vez o culpado pelo fiasco é Chamberlain. Maio, nova blitz alemã, caem o Luxemburgo, Holanda, Bélgica e a Wehrmacht está diante da fronteira desguarnecida da França.
Chamberlain renuncia, ainda tenta indicar um sucessor que não seja Churchill. Inútil, o único político que merece a confiança dos trabalhistas _ apesar do seu passado reacionário _ é Churchill, comprometido vitalmente com a causa anti-hitlerista.
Estreia no Parlamento como Primeiro Ministro e inaugura o ciclo dos memoráveis discursos de guerra: "...Não tenho nada a oferecer-vos senão sangue, trabalho, suor e lágrimas...".O gabinete de coalizão (no qual exerce também a pasta da Defesa), inclui três trabalhistas, um deles é o poderoso líder sindical, Ernest Bevin. Fica garantido o esforço de guerra e a paz social.
O estadista-historiador sabe que é preciso sacrificar as questões menores no altar da vitória final. Leva ao Parlamento uma lei de emergência que coloca todas as pessoas, serviços e propriedades a serviço da Coroa. Puro socialismo. Mais tarde, quando escreverá a história da segunda guerra mundial, enunciará a sua fórmula: "Na guerra, determinação; na derrota, resistência; na vitória, magnanimidade; na paz: boa-vontade."
Dois dias depois da queda de Paris, a 16 de Junho de 1940, faz uma proposta audaciosa ao governo francês: a união política entre os dois países. A 22, os franceses capitulam no mesmo vagão em que os alemães haviam assinado a rendição em 1918. A máquina de guerra alemã agora está totalmente voltada contra a Inglaterra. Churchill no Parlamento: "estas são as nossas melhores horas".
Cerco alemão cauteloso e inexorável: primeiro os aviões de Goering atacam as embarcações que cruzam a Mancha, depois as tropas ocupam as pequenas ilhas no meio do Canal, em seguida a Luftwaffe ataca as bases da R.A.F. no sul da Inglaterra. Um ano depois de começada a guerra, os alemães começam os ataques maciços contra Londres. Churchill no Parlamento: "nunca, no campo das lutas humanas, tantos deveram tanto a tão poucos" - é o seu tributo aos pilotos dos Spitfires e Hurricanes que defendem o país na Batalha da Inglaterra.
Como represália, ordena uma incursão aérea a Berlim. Enfurecido com a audácia, o Führer determina maciços ataques diários a Londres. E dá início à Batalha do Atlântico para cortar todos os suprimentos da Inglaterra e os seus vínculos com o Canadá.
O ataque alemão à União Soviética leva-o a esquecer a velha rixa com o comunismo: "O perigo na Rússia é o nosso perigo". Os isolacionistas americanos, insensíveis com o que se passa na Europa, insistem no slogan America First. "Dêem-nos as ferramentas e faremos o trabalho" pede Churchill. Concebe então o projeto da Grande Aliança com a URSS e os EUA do qual é o infatigável artífice. O primeiro passo é dado em Agosto de 1941 quando encontra-se com Roosevelt nas costas do Canadá para assinar a Carta do Atlântico. Também aqui a alquimia entre os dois parceiros é perfeita: FDR, águia serena, é o campeão da democracia, Winnie, leão aguerrido, é quem vai implementá-la.
Vai duas vezes a Moscovo, quatro a Washington, duas ao Cairo e Quebec, uma ao Marrocos, Grécia, Malta, participa das duas reuniões tripartites com Roosevelt e Stalin (Teerã e Ialta) e da derradeira, com Truman e Stalin em Potsdam (Alemanha) depois da rendição alemã. Em duas destas exaustivas viagens circulares (para evitar surpresas da aviação inimiga) cai doente, sempre com pneumonia.
No meio do conflito, já pensando no pós-guerra, participa ativamente nos projetos para a criação de uma confederação européia. É o precursor não apenas da aliança que vai derrotar o Eixo totalitário mas também da interdependência que marcará a segunda metade do século XX.
No âmbito militar, ainda perseguido pelos fantasmas do fiasco de Gallipoli, age com extrema cautela. Em 1942, Stalin, secundado pelo Estado Maior americano, reclama a imediata criação da 2ª frente na Europa para afrouxar a pressão germânica. Churchill considera o projeto prematuro, arriscado e, nas atuais circunstâncias, custoso.
Quando finalmente chega o Dia-D, o Dia da Decisão, em Junho de 1944, o septuagenário quer participar pessoalmente da operação de resgate da França a bordo de um cruzador inglês. Quem o dissuade é o próprio monarca.
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