UMA PRIMEIRA INCURSÃO NO "MUNDO LITERÁRIO"

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Tínhamos um canto reservado na cave que funcionava como o nosso “clube”. Era um espaço de “acesso reservado”.

Resolvemos fazer um jornal. Não tínhamos máquina de escrever, não havia fotocópias. Tudo tinha que ser feito à mão.

Que nome escolher? “Antena 4”. Porquê? Não tinha grande significado, mas parecia um nome sonante e nós éramos basicamente quatro.

Escusado será dizer que não passou do primeiro número e diga-se, em abono da verdade, com um só exemplar. O que restou? Uma folha de papel cavalinho com a reprodução de uma pequena história de banda desenhada do Banzé feita a lápis.

No essencial, a história é a seguinte:
__ Um pato vê o Banzé a farejar o chão. Ri-se. Imita-o e diz: __”Cachorros cheiram de um jeito gozado...”
__ O Banzé fica furioso e, então, começa a andar com as patas para os lados e bamboleando o corpo. Dizendo, por sua vez: __” Patos andam de um jeito gozado...”
__ O pato engoliu em seco.

Conclusão: Somos aquilo que somos...

E, foi esta a minha única incursão no “mundo literário e editorial”, para além da tentativa falhada de escrever um livro de aventuras...
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Hoje, não escrevo o meu livro de aventuras. Porém, hoje, já não estamos limitados a folhas de papel, caneta e lápis, mas temos marvilhosos meios que nos permitem atrevermo-nos a embarcar nestas aventuras levando connosco companheiros de viagens de partilha, desabafos, alegrias e tristezas.

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Como dizia a Madre Teresa de Calcutá: "Enquanto estiveres viva, sente-te viva. Se sentes saudades do que fazias, volta a fazê-lo. Não vivas de fotografias amarelecidas... Continua, quando todos esperam que desistas. Não deixes que enferruje o ferro que existe em ti."

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Eu acrescentaria : Se temos saudades daquilo que não fizemos... Façamo-lo. Por isso, estou aqui. E, espero, que alguém desse lado.

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